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RCA. Plataforma não armada anuncia regresso à comissão para o diálogo

A principal plataforma não armada da oposição na República Centro-Africana (RCA) anunciou hoje que iria regressar à comissão de reconcialiação para um "diálogo republicano", prometido há mais de um ano pelo Presidente, após uma reeleição disputada.

RCA. Plataforma não armada anuncia regresso à comissão para o diálogo
Notícias ao Minuto

16:53 - 03/02/22 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

Este regresso aos preparativos para um fórum de "reconciliação", o qual ainda não tem um calendário estabelecido, foi possível graças à desistência de processos judiciais contra três deputados da oposição.

Congratulando-se com o fim de uma "cabala política e não de um verdadeiro procedimento judicial (...), a oposição democrática, composta pelo COD-2020, o Movimento para a Libertação do Povo Centro-Africano (MLPC) e o PATRIE (Partido Africano para a Transformação Radical e Integração dos Estados), decidiu o regresso dos seus representantes ao Comité Organizador do Diálogo Republicano", anunciou a plataforma, numa declaração assinada pelos presidentes dos três movimentos.

O Presidente centro-africano, Faustin Archange Touadéra, foi reeleito a 27 de dezembro de 2020, com 53,16% dos votos, mas apenas um em cada dois eleitores recenseados pôde ir às urnas num país em guerra civil desde 2013 e onde dois terços do território estavam então nas mãos de grupos rebeldes armados, ou simplesmente de assaltantes.

Mas depois de uma coligação de rebeldes ter lançado uma grande ofensiva na véspera das eleições, Bangui recuperou o controlo da grande maioria do país, graças a uma operação relâmpago dos seus militares e, sobretudo, de centenas de paramilitares russos que os apoiam, "mercenários" do grupo de segurança privado russo Wagner, de acordo com a ONU.

O chefe de Estado do país prometeu então à oposição desarmada um "diálogo republicano", uma promessa que confirmou em junho de 2021, "num curto espaço de tempo", e instalou um Comité de Diálogo Republicano em setembro.

Mas a Coligação da Oposição Democrática 2020 (COD-2020) e dois outros movimentos, representando o grosso da oposição desarmada, abandonaram a comissão a 30 de outubro, porque a presidência exigiu o levantamento da imunidade parlamentar de três deputados, incluindo de Anicet-Georges Dologuélé e Martin Ziguélé, os segundos classificados nas eleições presidenciais, que estão a ser processados por alegadas ligações com a rebelião que ocorreu na altura do ato eleitoral.

Na segunda-feira, o ministro da Justiça informou a oposição de que o procurador-geral de Bangui tinha anunciado que "não foi apresentada qualquer acusação contra" os três deputados e que "o pedido de levantamento da sua imunidade era irrelevante".

Classificado pela ONU como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a RCA mergulhou num conflito sangrento após um golpe de Estado em 2013.

Uma coligação de grupos rebeldes, que controlava mais de dois terços do país na altura, lançou uma ofensiva em dezembro de 2020 para tomar Bangui e tentar derrubar o chefe de Estado, Faustin Archange Touadéra, que procurava um segundo mandato.

Touadéra foi reeleito e pediu auxílio à Rússia e ao Ruanda, que enviaram em massa paramilitares russos e soldados ruandeses de elite.

Estas forças reconquistaram a grande maioria do país e expulsaram os rebeldes das cidades, mas estes últimos continuam a levar a cabo ações de guerrilha esporádicas aqui e ali.

Portugal está presente na RCA, com 191 militares integrados na missão das Nações Unidas no país (Minusca) e outros 26 militares no âmbito da missão da União Europeia (EUTM-RCA) de formação e aconselhamento das forças de segurança e defesa.

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