Em 40 anos, tempo extremo custou 500 mil milhões de euros à Europa
Segundo dados da Agência Europeia do Ambiente, mais de 60% das perdas económicas vieram de apenas 3% dos eventos climáticos que tiveram lugar durante os últimos 40 anos.
© Reuters
Mundo Alterações Climáticas
A ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos custaram à Europa cerca de 500 mil milhões de euros nas últimas quatro décadas, revelam dados divulgados esta quinta-feira pela Agência Europeia do Ambiente.
Segundo os mesmos dados, mais de 60% das perdas económicas vieram de apenas 3% dos eventos climáticos que tiveram lugar durante esse mesmo período temporal, revela o The Guardian. Segundo as estimativas, as perdas durante esses quarenta anos rondam valores entre os 450 e 520 mil milhões de euros.
Os piores prejuízos económicos foram causados por eventos "hidrológicos" (em grande parte por inundações), que representaram até 44% das perdas económicas nas últimas quatro décadas. Seguem-se, de perto, os custos derivados de eventos "meteorológicos", entre os quais se destacam as tempestades, com dados que podiam ascender até aos 39% do total.
A Suíça, Eslovénia e França tiveram as maiores perdas per capita durante o período estimado, ao passo que os maiores prejuízos em função da área do país foram registados na Suíça, Alemanha e Itália, mostra a Agência Europeia do Ambiente.
Wouter Vanneuville, um dos principais autores do estudo, defende a importância de se adaptarem as infraestruturas e de haver uma preparação face às condições meteorológicas extremas, que provavelmente serão mais frequentes e intensas à medida que a crise climática progride e, consequentemente, as temperaturas aumentam.
Os países devem, por isso, investir mais na adaptação face a esta realidade, uma vez que os progressos na proteção contra os efeitos da crise climática têm variado muito em toda a Europa. "Mesmo que alcancemos emissões líquidas zero antes de 2050, a adaptação continuará a ser necessária para manter os impactos limitados", apontou o especialista, citado pelo The Guardian.
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