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Hong Kong nega visto de trabalho a professor norte-americano

Um especialista norte-americano de direito LGBTQ disse hoje que lhe foi negado um visto para ensinar numa universidade de Hong Kong, onde as preocupações com a liberdade académica estão a crescer.

Hong Kong nega visto de trabalho a professor norte-americano
Notícias ao Minuto

06:36 - 02/02/22 por Lusa

Mundo Hong Kong

Ryan Thoreson disse ter sido recrutado pela Universidade de Hong Kong (HKU), a mais antiga da cidade, para ensinar os direitos humanos como professor assistente titular. Mas o seu pedido de visto foi rejeitado, sem razão, afirmou.

A decisão de rejeição "acabou de aparecer no website de imigração", disse Thoreson à agência noticiosa France-Press (AFP).

O professor ensinou em Yale e trabalha atualmente como investigador sobre os direitos LGBTQ para a Human Rights Watch, que tem criticado repetidamente o historial da China nesta matéria.

Na ausência de uma explicação oficial, disse que era difícil dizer se a recusa estava relacionada com a sua filiação na HRW.

"Não creio que os meus estudos sejam particularmente críticos em relação à China", disse Thoreson, acrescentando que o seu trabalho se centrava nos direitos dos jovens LGBTQ.

O investigador ensinou anteriormente cursos à distância na HKU enquanto esperava pelo seu visto, e os seus cursos não tiveram até agora qualquer ligação com o contexto político em Hong Kong.

As autoridades de imigração de Hong Kong e a escola de direito da HKU não responderam aos pedidos de comentários da AFP. Historicamente, as autoridades da cidade não têm explicado as recusas de visto.

HRW descreveu a decisão como mais um golpe para a reputação de liberdade académica de Hong Kong.

"A recusa das autoridades de Hong Kong em emitir vistos a académicos é nada menos que a 'Xi Jinping-ificação' das instituições académicas - uma perda terrível", disse Sophie Richardson, diretora da organização na China, à AFP.

As universidades de Hong Kong estão entre as melhores da Ásia, mas foram apanhadas pela repressão da dissidência no continente em resposta aos enormes e por vezes violentos protestos de 2019.

Tal afetou as instituições académicas e escolas da cidade, uma vez que o regime comunista sentiu que a educação não era suficientemente patriótica.

A 25 de dezembro, duas esculturas comemorativas de Tiananmen foram removidas.

Numa tentativa de apagar os tributos à repressão de 4 de junho de 1989 em Pequim, as autoridades já tinham retirado da Universidade de Hong Kong (HKU), na véspera, uma outra estátua em comemoração das vítimas de Tiananmen.

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