Parlamento espanhol dá primeiro passo para investigar abusos da Igreja
O parlamento espanhol deu hoje um primeiro passo para abrir uma investigação sobre os alegados abusos a menores pela Igreja Católica, tendo a maioria de esquerda na mesa da assembleia aprovado a discussão da criação de uma comissão parlamentar.
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Mundo Igreja Católica
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) juntou-se ao Unidas Podemos (extrema-esquerda) que tinha avançado com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentistas) e o EH Bildu (independentistas bascos) no pedido para admitir a debate a eventual criação de uma comissão para debater o tema.
Na votação da mesa, órgão onde os partidos estão representados e que prepara os trabalhos parlamentares, os partidos de direita, PP (Partido Popular) e Vox (extrema-direita), votaram contra a aceitação desse processo.
O dirigente do PSOE, Felipe Sicilia, afirmou na segunda-feira que o grupo socialista estava disposto a estudar a criação da comissão e aberto à possibilidade de "punir qualquer abuso".
A comissão de inquérito aos eventuais abusos da Igreja depende agora da votação em conferência de líderes parlamentares para inclusão numa futura sessão plenária.
O pedido para investigar alegados abusos dentro da Igreja é também apoiado por outros partidos espanhóis, como o Cidadãos (direita liberal), Más País (cisão em Madrid do Podemos), Compromís (nacionalistas valencianos), BNG (nacionalistas galegos) e Juntos pela Catalunha (JxCat, direita independentista catalã).
A Procuradoria-Geral espanhola solicitou na segunda-feira às suas delegações regionais que lhe enviassem todas as queixas e processos em curso relativos a agressões sexuais e abuso de menores cometidos por figuras religiosas, de acordo com uma notícia do jornal El País.
Vários países, entre os quais Portugal, estão a investigar os alegados abusos cometidos por membros da Igreja Católica ao longo dos anos, tendo o Papa Francisco reiterado a 20 de janeiro último que a instituição continua firme no seu compromisso de fazer justiça às vítimas.
"Na luta contra os abusos de todo o tipo, a Igreja continua firme no compromisso de fazer justiça às vítimas de abusos cometidos pelos seus membros, aplicando com particular atenção e rigor a legislação canónica prevista", disse o Papa.
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