William Lai e Kamala Harris trocaram uma "simples saudação" e "falaram brevemente", na quinta-feira, durante a cerimónia de tomada de posse da presidente hondurenha, Xiomara Castro, segundo a Agência Central de Notícias (CNA) de Taiwan.
Lai disse que agradeceu aos Estados Unidos o "apoio sólido" prestado à ilha, segundo a CNA.
Trata-se da primeira troca pública entre vice-presidentes dos Estados Unidos e Taiwan desde 1979, quando Washington estabeleceu relações diplomáticas com Pequim, de acordo com Fan Shih-ping, analista político da Universidade Nacional Normal de Taiwan.
A troca provavelmente foi uma "interação natural como parte de um acordo tácito entre Taipé e Washington para evitar abalar demais a China", disse o analista, citado pela agência France Presse.
"Isto também revela o apoio dos EUA a Taiwan e aos laços diplomáticos [entre a ilha] e as Honduras, já que a China ataca cada vez mais ativamente os aliados diplomáticos de Taiwan", disse.
O governo dos EUA não reconhece oficialmente Taiwan, mas o território tem amplo apoio entre congressistas norte-americanos de diferentes fações políticas.
Desde 1979, o Congresso norte-americano exige que os Estados Unidos forneçam armas à ilha para garantir a sua defesa.
A visita de Lai às Honduras ocorre numa altura em que a China intensifica os seus esforços para isolar Taiwan do cenário internacional.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, reiterou hoje a firme oposição de Pequim a "qualquer forma de interação oficial entre os Estados Unidos e Taiwan".
"Taiwan é apenas uma província da China, então não há nenhum vice-presidente de uma província", disse, em conferência de imprensa.
Os Estados Unidos devem "levar a sério a posição e as preocupações da China, cessar todas as formas de contacto oficial com Taiwan e não enviar o sinal errado às forças pró-independência de Taiwan", acrescentou.
Apenas 14 países, incluindo as Honduras, ainda reconhecem Taiwan diplomaticamente.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.
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