"Por decisão do XXI Congresso Extraordinário do Partido, o presidente da República do Cazaquistão, Kassym-Jomart (Tokayev), foi eleito por unanimidade presidente do partido Nour-Otan", anunciou a Presidência cazaque numa mensagem publicada na rede social Twitter.
No início de janeiro, manifestações contra a subida dos preços do gás liquefeito, usado no país como alternativa menos dispendiosa à gasolina, rapidamente degeneraram em distúrbios e a violenta repressão das autoridades resultou em 227 mortos e cerca de 4.500 feridos, de acordo com dados oficiais.
Tokayev declarou que estas manifestações eram o resultado de uma conspiração de "terroristas" fomentada no estrangeiro, mas não apresentou quaisquer provas disso.
Cerca de 2.000 militares enviados pela Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) permaneceram durante duas semanas no Cazaquistão.
Em 19 de janeiro, o ministro da Defesa Murat Bektanov foi destituído do cargo, numa "purga" movida pelas autoridades cazaques contra as elites próximas do ex-presidente Nursultan Nazarbayev (1990-2019).
Tokayev destituiu ainda vários altos funcionários, familiares e antigos apoiantes de Nazarbayev, que as autoridades acusam de estar na origem dos distúrbios.
As mais recentes destituições incluem o genro de Nazarbayev, considerado um dos homens mais ricos do país, e um sobrinho do antigo presidente, que ocupava a vice-presidência do Comité de Segurança Nacional.
Os deputados cazaques também aprovaram em 19 de janeiro uma emenda à lei que revoga o caráter vitalício da presidência da Assembleia do Povo do Cazaquistão, um órgão consultivo adjunto à chefia do Estado, e do Conselho de Segurança, com ambos os cargos até ao momento assumidos por Nazarbayev.
A decisão, ainda dependente da aprovação do Senado, implica que os dois organismos passam a ser liderados pelo atual Presidente.
Em 05 de janeiro, e pouco após o início dos distúrbios, Tokayev anunciou que assumia a direção do Conselho de Segurança do país, um cargo que permanecia sob o controlo de Nazarbayev.
Kassym-Jomart Tokayev foi escolhido por seu antecessor para sucedê-lo. O diplomata, de 68 anos, era considerado um dos apoiantes leais de Nazarbayev.
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