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Líderes das instituições da UE alertam para escalada do antissemitismo

Os presidentes das três principais instituições europeias alertaram para o que classificam como "uma escalada do antissemitismo" na Europa e a necessidade de o combater ativamente, por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Líderes das instituições da UE alertam para escalada do antissemitismo
Notícias ao Minuto

12:23 - 27/01/22 por Lusa

Mundo União Europeia

Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do Conselho Europeu, Charles Michel, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinham a necessidade de um trabalho conjunto de combate aos discursos de ódio e teorias da conspiração, que "contaminam as redes sociais", pois "recordar não é suficiente".

Apontando que "o antissemitismo desumaniza" a população judia e lembrando que, "na Alemanha nazi, essa desumanização abriu as portas ao holocausto", Von der Leyen disse que, "depois da guerra, a Europa reconstruiu-se sobre a promessa de paz" e de "pôr fim ao ódio e à ignorância", mas constatou que, atualmente, "o antissemitismo está de novo em ascensão" e "ameaça as comunidades judias na Europa".

"Foi por isso que apresentei a primeira estratégia da Comissão sobre o combate ao antissemitismo e a promoção da vida judaica na Europa. Porque a vida judaica é parte integrante da história da Europa e do futuro da Europa", declarou a dirigente alemã, numa mensagem gravada para um evento organizado pelo Congresso Judaico Europeu

Por seu lado, Charles Michel afirmou hoje que "as lições do Holocausto são atualmente mais relevantes do que nunca", lamentando que, cerca de 80 anos depois, os judeus sejam de novo alvo de "ameaças e mesmo de ataques, pelo simples facto de serem judeus".

"Hoje, a democracia tem os seus inimigos e assemelham-se aos inimigos de há 80 anos", disse o responsável belga, defendendo a necessidade de "agir", porque "recordar não é suficiente".

Já a recém-eleita presidente do Parlamento Europeu lamenta que se assista, ao longo dos últimos anos, a "uma escalada do antissemitismo, conspirações antissemitas, desinformação e violência contra comunidades judaicas".

Tal leva a que o medo persista hoje, pois as ameaças continuam", considerou Metsola, assumindo que este é "um fracasso coletivo" da Europa.

"A nossa geração tem a responsabilidade de ensinar as lições de história e de lutar contra qualquer ressurgimento do antissemitismo. O momento em que deixamos de falar sobre o Holocausto é o momento em que permitimos que a recordação do horror se desvaneça. Nós recordamos", declarou.

Também o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, comentou hoje que "com a difusão da desinformação e com muitos líderes mundiais a fazerem das minorias bodes expiatórios, a educação das gerações mais jovens sobre o Holocausto é o melhor antídoto e o melhor instrumento para combater a intolerância, o fanatismo e assegurar que a mensagem de "Nunca Mais" reverbera através das gerações futuras.

"Agora e nos próximos anos, continuamos mais fortes do que nunca no nosso compromisso de nunca esquecer. Temos o dever de preservar a memória de todas as vítimas e do seu sofrimento. Devemos isso àqueles que pereceram no Holocausto, devemos isso aos sobreviventes, e devemos isso às nossas gerações futuras", complementou.

Hoje o Parlamento Europeu realiza uma cerimónia especial em Bruxelas para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala anualmente a 27 de janeiro, data da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, em 1945.

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