Deputada quer "parcerias sólidas" para combater pirataria
A eurodeputada Ana Gomes defendeu em São Tomé e Príncipe o reforço e a criação de "parcerias sólidas" dos países do Golfo da Guiné com a União Europeia para fazer face à pirataria e assegurar a segurança marítima.
© Lusa
Mundo Golfo
Falando numa conferência internacional sobre a segurança marítima no Golfo da Guiné que terminou quinta-feira, Ana Gomes afirmou que estas questões não se resolvem apenas por meios militares, mas "exigem recursos civis e uma visão que integra militares e civis devidamente articulados".
"Nós não podemos ser cegos a isto e é por isso que nós defendemos que é essencial desenvolver parcerias sólidas com países terceiros e com organizações regionais. São Tomé e Príncipe tem uma posição incontornável, uma localização estratégica importantíssima, para todo o povo e para nós na União Europeia", explicou a eurodeputada socialista.
"É muito importante a capacitação e a capacidade nossa, da UE de nos articularmos com estes parceiros para efetivamente sermos eficaz. Porque, sozinho, nenhum país, por mais poderoso que seja consiga fazer face a estes desafios.
"Esse é o desafio que temos dentro da própria União Europeia e na articulação com países terceiros e organizações regionais", acrescentou, lembrando que "esta semana foi aprovada pela União Europeu uma estratégia de segurança para o Golfo da Guiné", sem entrar no entanto em detalhes.
A responsável defendeu a necessidade de se ter uma "uma visão integrada" destes problemas considerando também que "as questões de segurança marítima não se combatem apenas no mar" e acusou "agentes estatais e não estatais" na Europa de estar a pôr em causa a segurança marítima no espaço europeu.
"Nós precisamos que os nossos navios possam ter acesso por todo o mundo e isto não é exclusivo da União Europeia, pois hoje vivemos na interdependência e num mundo globalizado", acrescentou Ana Gomes, salientando que 90 por cento do comércio externo da UE é feito por via marítima.
O primeiro-ministro são-tomense, que presidiu à sessão de abertura da conferência, lembrou que que a abrangência da segurança marítima na região do Golfo da Guine é uma questão que ultrapassa as fronteiras do espaço regional.
"Estão neste momento identificadas reservas de 44 mil milhões de barris de petróleo e mil triliões de litros de gás natural, o que torna a região vital no contexto económico mundial", lembrou Gabriel Costa.
"Precisamos ter presente que a segurança marítima é essencial para a manutenção do fluxo mundial de petróleo e gás como potencial significativo no desenvolvimento da região" acrescentou.
O governante são-tomense que considera igualmente essencial "uma melhor integração e coordenação das iniciativas", razão porque foi instituída a Comissão do Golfo da Guiné, um organismo regional cujo objetivo consiste na promoção da paz, segurança e bem-estar económico, social e ambiental na região.
"A pirataria tem-se revelado um factor prejudicial a competitividade no golfo da Guiné nomeadamente em matéria do comércio internacional com uma incidência notória nomeadamente no aumento do custo dos transportes marítimos, nos seguros de exportação e importação", concluiu Gabriel Costa.
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