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Camiões com ajuda alimentar para Tigray estão bloqueados em Afar

Vários camiões que transportam ajuda alimentar crucial para a região de Tigray, na Etiópia, estão bloqueados num posto de controlo na região vizinha de Afar, disseram hoje fontes humanitárias.

Camiões com ajuda alimentar para Tigray estão bloqueados em Afar
Notícias ao Minuto

09:35 - 25/01/22 por Lusa

Mundo Etiópia

O Governo etíope e os rebeldes da Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF, na sigla em inglês), que lutam entre si há mais de 14 meses no norte do país, culpam-se mutuamente pela situação.

Na semana passada, a ONU disse que as distribuições de alimentos estavam no nível mais baixo de todos os tempos em Tigray, onde o conflito armado empurrou centenas de milhares de pessoas para "condições de quase inanição".

No domingo, 27 camiões transportando 800 toneladas de alimentos partiram de Afar para a capital de Tigray, Mekele, usando a única rota terrestre funcional, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM).

Entretanto, o comboio de camiões está bloqueado desde segunda-feira num posto de controlo na cidade de Serdo, disseram hoje à agência de notícias AFP dois funcionários humanitários, que ainda não sabem se os veículos poderão continuar o seu caminho.

Na noite de segunda-feira, o porta-voz do Governo etíope, Legesse Tulu, disse que os rebeldes "atacaram" vários locais, incluindo a cidade de Abala, na fronteira entre as duas regiões, "cortando a principal via de ajuda humanitária".

Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas em três dias e "não há forças de defesa do Governo nesta área", acrescentou o porta-voz.

Por outro lado, a TPLF acusou as forças pró-governo de provocarem confrontos na região. As alegações das partes não puderam ser verificadas de forma independente.

No domingo, a Etiópia anunciou que permitiria mais voos "para reforçar o transporte terrestre" de alimentos e medicamentos para Tigray.

A guerra no Tigray eclodiu em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o exército federal para aquele estado no norte do país, com a missão de retirar pela força as autoridades locais da TPLF que estavam a desafiar a autoridade de Adis Abeba há muitos meses.

O pretexto específico da invasão foi um alegado ataque das forças estaduais a uma base militar federal no Tigray, e a operação foi inicialmente caracterizada por Adis Abeba como uma missão de polícia, que tinha como objetivo restabelecer a ordem constitucional e conduzir perante a justiça os responsáveis pela sua perturbação continuada.

Abiy Ahmed declarou vitória três semanas depois da invasão, quando o exército federal capturou a capital estadual, Mekele. Em junho deste ano, porém, as forças afetas à TPLF já tinham retomado a maior parte do território do estado do Tigray, e continuaram a ofensiva nos estados vizinhos de Amhara e Afar.

Em novembro, as forças do Tigray e forças insurgentes aliadas da Oromia (outro estado etíope) começaram a retirar das áreas ocupadas para a região de origem. Em contrapartida, o poder em Adis Abeba comprometeu-se em não voltar a invadir o Tigray.

O exército federal assentou posições nas fronteiras de Tigray e retomou o controlo de várias posições anteriormente nas mãos das forças da TPLF em Amhara e Afar. Entretanto, forças de Amhara invadiram já partes do Tigray ocidental.

O conflito na Etiópia provocou a morte de vários milhares de pessoas e fez mais de dois milhões de deslocados, deixando ainda centenas de milhares de etíopes em condições de quase fome, de acordo com a ONU.

Leia Também: EUA e Quénia comprometem-se a pressionar para fim do conflito no Tigray

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