EUA exige libertação imediata do Presidente do Burkina Faso
Os Estados Unidos exigiram hoje aos militares do Burkina Faso a "libertação imediata" do Presidente Roch Marc Kaboré e que "respeitem a Constituição" e os "líderes civis" do país.
© Reuters
Mundo Burkina Faso
"Pedimos a todas as partes na atual situação que mantenham a calma e procurem o diálogo para ultrapassar as suas divergências", disse à AFP um porta-voz da diplomacia norte-americana.
"O governo dos Estados Unidos está ao corrente de informações segundo as quais militares do Burkina Faso detiveram o Presidente Roch Marc Kaboré", afirmou a fonte.
"Apelamos à libertação imediata do Presidente Kaboré e outros responsáveis do governo, e pedimos aos membros das forças de segurança que respeitem a Constituição do Burkina Faso e os seus seus líderes civis", insistiu, enfatizando que a diplomacia norte-americana está em contacto com "parceiros internacionais" e também com responsáveis do executivo burquinabê.
O partido do Presidente Roch Marc Kaboré, denunciou hoje uma "tentativa abortada de assassínio" do chefe de Estado, cujo destino continua desconhecido após o motim de soldados em vários quartéis do país.
Enquanto o Burkina Faso "se aproxima de hora em hora para um golpe militar", o Movimento Popular para o Progresso (MPP) também denuncia em comunicado de imprensa "o saque da residência privada do chefe de Estado" e "a tentativa de assassínio de um ministro", que não identifica.
Também a União Africana (UA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram os acontecimentos no Burkina Faso.
A UA condenou veementemente a "tentativa de golpe" e apelou ao exército nacional e às forças de segurança para "garantirem a integridade física do Presidente" Roch Marc Christian Kaboré e do seu governo.
A CEDEAO, que responsabiliza os militares "pela integridade física" de Roch Kaboré, condena igualmente a ação dos militares, que classifica "como de extrema gravidade", exortando-os a "regressarem aos quartéis, manter uma postura republicana e a privilegiarem o diálogo com as autoridades para a resolução dos seus problemas".
O Presidente Kaboré, no poder desde 2015 e reeleito em 2020 com a promessa de lutar contra os terroristas, tem vindo a ser cada vez mais contestado por uma população atormentada pela violência de vários grupos extremistas islâmicos e pela incapacidade das forças armadas do país responderem ao problema da insegurança.
Vários quartéis no Burkina Faso foram este domingo palco de motins de militares, que exigiram a substituição das chefias militares e os "meios apropriados" para combater os grupos terroristas, que atacam o país desde 2015.
Kaboré lidera o Burkina Faso desde que foi eleito, em 2015 (reeleito em 2020), após uma revolta popular que expulsou o então Presidente, Blaise Compaoré, no poder durante quase três décadas.
Ainda que reeleito em novembro de 2020 para mais um mandato de cinco anos, Kaboré não conseguiu combater a frustração que tem vindo a crescer devido à sua incapacidade de conter a propagação da violência terrorista no país.
Os ataques ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico têm vindo a aumentar sucessivamente desde a chegada ao poder do atual Presidente, reclamando já milhares de vidas e forçando a deslocação de um número estimado pelas Nações Unidas de 1,5 milhões de pessoas.
Também os militares vêm a sofrer baixas desde que a violência extremista começou em 2016. Em dezembro último, mais de 50 elementos das forças de segurança foram mortos na região do Sahel e nove soldados foram mortos na região centro-norte em novembro.
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