Igreja espanhola admite deter mil imóveis que não lhe pertencem
Os privilégios da Igreja Católica no registo de imóveis em seu nome remontam a uma lei de 1946.
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Mundo Igreja Católica
Após anos de trabalho e dezenas de reuniões da comissão criada para este efeito, o governo espanhol conseguiu que a Igreja admitisse que pelo menos mil dos 14.000 bens - sem contabilizar os templos - que registou de forma extraordinária desde 1998, tirando partido da reforma de José María Aznar, não são seus.
O presidente do governo, Pedro Sánchez, e o presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Cardeal Juan José Omella, reuniram-se esta segunda-feira na sede desta organização para selar o acordo que define que serão iniciados os procedimentos para a devolução destes mil bens aos seus proprietários, noticia o El País.
Os privilégios da Igreja Católica no registo de imóveis em seu nome, mesmo de domínio público, remontam a uma lei de 1946, durante a ditadura militar de Francisco Franco, mas foram estendidos em 1998 com a possibilidade de também cancelar não registar os locais de culto. Em 2015 houve uma modificação regulamentar que eliminou essa possibilidade e, portanto, segundo Carmen Calvo, primeira vice-presidente do governo espanhol, a lista inclui bens não registados entre 1998 e aquele ano.
Os edifícios, que incluem habitações, mas também escolas e muitos terrenos rurais e urbanos, estão espalhados por toda a Espanha, mas de forma desigual. Metade deles estão em Castela e Leão, a comunidade que domina a lista, com 485 do total de 965 reconhecidos pela Igreja, seguida da Catalunha, com 101.
Dos 965, 208 são propriedades que, embora estejam registadas em nome da Igreja, não lhe pertencem, e 757 são propriedades que a Igreja verificou como pertencendo a outro proprietário, apesar de aparecerem no seu nome nos registos.
Na lista de bens, existem 38 cemitérios, 502 propriedades rurais, 151 propriedades urbanas e 98 habitações.
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