Itália aguarda decisão de Berlusconi sobre corrida à Presidência
Itália aguarda hoje a decisão do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi sobre a sua candidatura presidencial, que se prevê seja um recuo, dado o atraso no anúncio oficial reclamado pelos seus aliados de direita.
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Mundo Berlusconi
Ao mesmo tempo, aumentam as hipóteses do primeiro-ministro, Mario Draghi, de ser o próximo chefe de Estado italiano, com os partidos da esquerda e centro-esquerda a alinharem-se a seu favor mas, sobretudo, contra o magnata cujos mandatos foram marcados por escândalos vários e condenações por fraude, que lhe valeram a retirada do título de 'Il Cavaliere', em 2014.
Os aliados de extrema-direita de Berlusconi, tanto o líder da Liga, Matteo Salvini, como a dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, instaram aquele que foi três vezes primeiro-ministro a tornar oficial a sua candidatura antes do próximo domingo -- apesar de, tradicionalmente, não haver candidaturas oficiais à eleição presidencial no país - para poderem apoiá-lo, embora sem rejeitarem a possibilidade de um plano B.
"A Liga reafirma o papel determinante de Silvio Berlusconi. Em todas as ocasiões, públicas e privadas, Matteo Salvini sublinhou a vontade de manter a coligação unida em cada passo em direção ao Quirinal (palácio presidencial), com o objetivo de oferecer ao país uma opção de alto nível", disseram na quinta-feira à noite fontes do partido.
As hipóteses de Berlusconi conseguir obter os votos necessários estão a reduzir-se, e os aliados começam a ficar nervosos, já que na próxima segunda-feira, dia em que começam as votações no parlamento para eleger o substituto de Sergio Mattarella para os próximos sete anos, não terão um candidato claro.
Com este cenário, espera-se um recuo do magnata italiano e uma indicação de voto para toda a coligação de direita, já que a atual posição de Berlusconi está a bloquear qualquer manobra desse bloco.
Segundo Vittorio Sgarbi, que já ajudou Berlusconi na campanha que este fez para convencer os parlamentares a apoiá-lo, "Il Cavaliere está numa pausa de reflexão e não voltará a Roma no fim de semana".
Acrescentou ainda que Berlusconi está a pensar "procurar um nome para indicar em vez do seu".
Na imprensa, as hipóteses aventadas de nomes que poderão ser sugeridos por Berlusconi ao bloco da direita são a ex-presidente da câmara de Milão Letizia Moratti, ou Gianni Letta, o seu braço-direito durante anos, apreciado pelo seu trabalho de mediação.
Entretanto, a esquerda e o centro-esquerda prosseguem as suas reuniões para encontrar um candidato comum, tendo-se hoje realizado uma reunião entre o secretário-geral do Partido Democrata (PD), Enrico Letta, e o líder do Itália Viva, Matteo Renzi, cuja posição, com os seus quase 40 parlamentares, é decisiva para apoiar um nome saído das fileiras da esquerda e do Movimento 5 Estrelas (M5S).
"A expectativa que está a criar o anúncio do apoio de Berlusconi a nomes de centro-direita, após a sua esperada desistência, não é uma questão que nos preocupe", afirmaram fontes do PD, reiterando que não vão "prestar-se a este jogo" e não votarão num candidato conservador, mas "num Presidente de todos".
Neste cenário político turbulento, as hipóteses de ser Mario Draghi, a única figura que une o país, a ocupar a chefia do Estado ganham cada vez mais força, de acordo com a comunicação social.
Os maiores vetos a essa possibilidade, provenientes do M5S, estão a dissolver-se, segundo as revelações sobre a última assembleia dos seus representantes parlamentares, na qual vários defenderam o atual chefe do executivo em detrimento do líder da formação, o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte.
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