Assembleia-Geral da ONU adota resolução contra negação do Holocausto
A Assembleia-Geral da ONU adotou hoje por maioria uma resolução não-vinculativa proposta por Israel apelando a todos os Estados para lutarem contra a negação do Holocausto e o antissemitismo, inclusive nas redes sociais.
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De forte significado político mesmo sem ser juridicamente vinculativo, o texto, redigido com a colaboração da Alemanha, foi copatrocinado por 114 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.
O Irão expressou formalmente a sua oposição ao texto, afirmando dele "se dissociar".
A resolução "rejeita e condena sem reservas qualquer negação, total ou parcial, da historicidade do Holocausto", que consistiu, entre 1939 e 1945, no genocídio de seis milhões de judeus da Europa pelos nazis e seus apoiantes.
O texto "insta fortemente todos os Estados-membros a rejeitarem sem reservas qualquer negação ou distorção do Holocausto enquanto acontecimento histórico" e "saúda" os países que preservam "os lugares que funcionaram como campos da morte, campos de concentração, campos de trabalhos forçados, locais de execução e como prisões nazis durante o Holocausto".
A resolução exorta também os membros da ONU a "elaborarem programas educativos que incutam no espírito das gerações futuras as lições do Holocausto, para ajudar a impedir atos de genocídio", e pede-lhes, bem como às empresas gestoras de redes sociais, "que tomem medidas ativas para combater o antissemitismo e a negação ou a distorção do Holocausto".
Num comunicado, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, saudou antecipadamente uma "resolução histórica", negociada durante vários meses e que é a "segunda iniciada por Israel [sobre esta matéria] a ser aprovada pela Assembleia-Geral".
A primeira, em 2005, instaurou o dia 27 de janeiro como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
O documento hoje aprovado "dá pela primeira vez uma clara definição da negação do Holocausto", "apela aos países para tomarem medidas de combate ao antissemitismo" e pede aos gigantes da internet (Facebook, Twitter, Instagram, etc.) que se empenhem na luta contra discursos de ódio nas redes sociais, refere o comunicado israelita.
Na sessão em que o texto foi adotado, a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, começou por saudar a presença na sala de sobreviventes do Holocausto "para assistirem a este dia histórico", frisando que "os Estados Unidos se sentiram orgulhosos por copatrocinar esta resolução para combater o flagelo da negação do Holocausto".
"Temos de erradicar o ódio antissemita e as falsas narrativas que com ele andam de mão dada -- nas nossas comunidades, nos nossos países e nas nossas instituições", defendeu.
"É por isso que é tão importante que permanentemente recordemos e nos expressemos contra o ódio que desencadeou o Holocausto. É nosso dever sagrado honrar a memória dos milhões de judeus e outras vítimas que nele pereceram, assegurando-nos de que continuamos a dizer uma e outra vez 'nunca mais, nunca mais'", sustentou a diplomata norte-americana.
Segundo Linda Thomas-Greenfield, esta resolução reafirma o compromisso dos Estados-membros de "instruir a próxima geração como forma de impedir a repetição das terríveis atrocidades do passado" e também reafirma "valores e princípios fundamentais à criação das Nações Unidas, uma instituição construída no rescaldo do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial".
"Manter o compromisso de 'Nunca Mais' é a nossa missão", frisou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU.
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