O anúncio das manobras militares ocorre numa altura em que o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, está em Moscovo para uma visita oficial em que já afirmou estar determinado em fortalecer as relações com a Rússia.
As manobras também surgem no meio das negociações em Viena para salvar o acordo nuclear internacional iraniano concluído em 2015, mas que está moribundo desde a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, e restabelecimento de sanções económicas por Washington ao Irão.
"Os três dias de exercícios contarão com a participação de 11 unidades navais do Exército do Irão, três da Marinha da Guarda Revolucionária (exército ideológico da República Islâmica), três da Rússia e duas da China", afirmou o porta-voz das manobras, o almirante iraniano Mostafa Tajeddini, à televisão estatal.
As manobras, prosseguiu, começam sexta-feira no norte do Oceano Índico, numa área de 17.000 quilómetros quadrados.
"[Os exercícios militares] visam melhorar a capacidade de combate e a prontidão, fortalecer os laços militares entre a marinha iraniana e a China e a Rússia, garantir a segurança comum e combater o terrorismo marítimo", afirmou Tajeddini.
Numa intervenção hoje perante os deputados da Duma, câmara baixa do Parlamento russo, Raisi afirmou que o reforço das relações entre o Irão e a Rússia "fortalecerá a segurança regional".
Em fins de 2019, num período de tensões elevadas no Golfo, Irão, China e Rússia realizaram exercícios navais conjuntos de quatro dias no Oceano Índico e no Golfo de Omã, para "mostrar que o Irão não pode estar isolado", acrescentou Tajeddini.
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