Ex-primeira-dama da Costa do Marfim quer participar no diálogo político
A ex-primeira-dama da Costa do Marfim Simone Gbagbo pediu hoje para participar no diálogo político entre o governo e a oposição, que deverá ser retomado na quinta-feira, e apelou ao executivo para envolver mais atores.
© Reuters
Mundo Simone Gbagbo
Numa conferência de imprensa, Simone Gbagbo apelou ao governo para que convide mais pessoas para o diálogo político, defendendo que "todas as forças da nação" deveriam estar envolvidas no processo.
Na conferência de imprensa, participaram várias organizações políticas e da sociedade civil que não foram convidadas para o diálogo político.
O diálogo entre o governo e os principais partidos da oposição foi retomado em 16 de dezembro, antes de ser interrompido para dar aos vários atores mais tempo para apresentarem propostas, e visa aliviar o clima político que se vive no país, após a violência que ocorreu nas eleições presidenciais de outubro de 2020, que deixou 85 pessoas mortas e 500 feridas.
Apesar de, com as eleições legislativas pacíficas de março de 2021 e o regresso de Laurent Gbagbo à Costa do Marfim três meses mais tarde, absolvido pelo sistema de justiça internacional, serem percetíveis vários sinais de apaziguamento, subsistem, no entanto, alguns pontos de tensão.
No final de dezembro, o procurador de Abidjan Richard Adou indicou que várias figuras da oposição ainda estavam a ser processadas pela violência de 2020 durante o processo eleitoral.
Os dois principais grupos da oposição, o Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI), do antigo presidente Bédié, e o Partido Popular Africano (PPA-CI), de Laurent Gbagbo, questionaram "a sinceridade do diálogo político".
Simone Gbagbo saudou hoje o diálogo, considerando-o como um passo "salutar" e apelou à elaboração de uma nova Constituição.
"Esta Constituição não é consensual, exacerbou as tensões e divide ainda mais o povo", afirmou, referindo-se à violência mortífera que prejudicou a reeleição de Alassane Ouattara, em 2020, para um terceiro mandato controverso.
A antiga primeira-dama também apelou à criação de uma comissão eleitoral "verdadeiramente independente", na qual os membros não pertençam a partidos políticos ou ao governo.
Amnistiada pela justiça da Costa do Marfim, em 2018, Simone Gbagbo deixou de ser alvo da acusação da prática de crimes contra a humanidade na crise de 2010-2011 pelo Tribunal Penal Internacional desde julho passado.
A ex-primeira-dama está gradualmente a fazer o seu regresso à cena política: desde setembro passado, é a patrocinadora do "Movimento das Gerações Capazes", uma plataforma que reúne os seus movimentos de apoio.
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