Ucrânia: Petro Poroshenko sabe quarta se fica detido ou se paga caução

Um juiz ucraniano divulga quarta-feira se o ex-Presidente Pedro Poroshenko, que hoje regressou ao país, será detido por suspeita de "alta traição" ou se lhe será imposta uma fiança de cerca de 30 milhões de euros.

Presidente ucraniano demite ministro da Defesa

© Reuters

Lusa
17/01/2022 22:10 ‧ 17/01/2022 por Lusa

Mundo

Ministério Público

 

A decisão do juiz à pretensão do Ministério Público será anunciada quarta-feira às 15:00 locais (13:00 em Lisboa).

Em todo o caso, o regresso de Petro Poroshenko à Ucrânia abre o risco de causar uma crise política doméstica em plena tensão geopolítica com a Rússia.

O avião em que viajou o ex-governante aterrou hoje de manhã no Aeroporto Internacional Igor Sikorsky, na capital ucraniana, Kiev, vindo de Varsóvia, Polónia.

Depois de um breve discurso para os vários milhares de apoiantes que o esperavam em frente ao aeroporto, o ex-chefe de Estado, principal opositor do atual Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dirigiu-se ao tribunal de Kiev.

"O poder está confuso e fraco. Em vez de lutar contra (o Presidente russo, Vladimir) Putin, está a tentar lutar contra nós", afirmou o ex-Presidente aos cerca de mil apoiantes, que se concentraram junto ao tribunal a gritar pelo seu nome.

Poroshenko, de 56 anos, acusa o seu sucessor, Volodymyr Zelensky, de ordenar a sua perseguição e acusação como forma de "distrair a atenção" dos problemas reais do país.

Um dos homens mais ricos da Ucrânia, o ex-Presidente ucraniano é o principal rival do atual Presidente.

As autoridades suspeitam que ele tenha mantido, durante a sua Presidência, ligações comerciais com separatistas pró-russos no leste ucraniano, o que poderá constituir um ato de "alta traição".

O regresso de Petro Poroshenko acontece num momento em que a Ucrânia teme uma invasão da "vizinha" Rússia, que há meses concentra tropas e veículos blindados nas suas fronteiras.

Moscovo nega qualquer plano de uma ofensiva militar, mas exige, sob pena de represálias, que os norte-americanos e europeus se comprometam a nunca aceitar a Ucrânia na Aliança Atlântica (NATO).

Poroshenko, cuja fortuna é estimada em cerca de 1,4 mil milhões de euros pela revista especializada Forbes, liderou o país entre 2014 e 2019, antes de ser derrotado por Zelensky, um ex-comediante acabado de se estrear no mundo da política.

Agora deputado, o ex-Presidente já foi citado em dezenas de processos judiciais e, em dezembro passado, as autoridades anunciaram que estavam a analisar a possibilidade de o acusar de "alta traição".

No domingo, Poroshenko justificou o seu regresso à Ucrânia com a necessidade de combater as acusações de traição e disse acreditar que essa luta vai ajudar na defesa da unidade nacional.

"Voltarei à Ucrânia para lutar pela Ucrânia", disse Poroshenko, em conferência de imprensa, acrescentando que considera que as acusações têm "motivação política" e mostrando-se otimista ao afirmar que "definitivamente não" considerava poder ser preso no seu regresso a casa.

Leia Também: Ex-Presidente ucraniano regressou ao país apesar do risco de detenção

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