Pelo menos 10 civis mortos em ataque de grupo rebelde na RDCongo
Pelo menos dez civis foram mortos num ataque perpetrado na noite de sábado por rebeldes da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), segundo fontes da sociedade civil.
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Mundo RDCongo
"Os atacantes usaram machetes para cometer o seu crime contra a população civil. Outros foram mortos por tiros", disse Jean Bosco Lalo, coordenador de grupos da sociedade civil na província de Ituri, onde o ataque teve lugar, na cidade de Muku-Kikonyange, citado pela agência de notícias espanhola, Efe.
"O sistema de alerta que conseguimos instalar em cada aldeia foi ativado, mas o exército chegou muito mais tarde, o que é dececionante. Não sabemos se o nosso exército está a acompanhar estes milicianos ou a neutralizá-los", queixou-se Lalo.
A Codeco é um grupo rebelde pouco conhecido que nasceu em 2018 com o objetivo de combater os abusos do exército, embora tenha cometido numerosos assassinatos de civis.
Em meados de novembro, rebeldes suspeitos de pertencerem à Codeco atacaram várias colónias de deslocados nesta região e mataram dezenas de pessoas, ações condenadas pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
De acordo com o Barómetro de Segurança Kivu (KST), a Codeco matou pelo menos 400 pessoas em 147 ataques desde abril de 2021, tornando-o hoje a segunda milícia mais mortífera da região.
Ituri e as províncias vizinhas do Kivu do Norte registaram um aumento no número de ataques rebeldes e mortes de civis no ano passado, levando o governo congolês a declarar o estado de sítio no final de abril.
Apesar desta medida e de uma maior presença militar na região, o Congo Research Group, um projeto de investigação independente sobre o país, contabilizava, no final de outubro, mais de mil civis mortos desde abril.
Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado atolado em conflitos alimentados por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz das Nações Unidas (MONUSCO), que enviou mais de 14.000 soldados.
A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o KST, esta região é um campo de batalha para pelo menos 122 grupos rebeldes.
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