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China reivindica apoio de estados do Golfo em Direitos Humanos

A China disse hoje ter recebido o apoio de vários países do Golfo Pérsico, em questões como o tratamento dos muçulmanos uigures, após um diálogo entre os ministros dos Negócios Estrangeiros das respetivas nações.

China reivindica apoio de estados do Golfo em Direitos Humanos
Notícias ao Minuto

15:17 - 14/01/22 por Lusa

Mundo China

porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse que os ministros e o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, Nayef Falah Al-Hajraf, expressaram firme apoio às "posições legítimas da China sobre questões relacionadas com Taiwan, [a região de] Xinjiang e os Direitos Humanos".

O porta-voz disse que os governantes "expressaram oposição à interferência nos assuntos internos da China e à politização de questões de Direitos Humanos".

Eles também rejeitaram a "politização do desporto e reafirmaram o seu apoio" à realização na China dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que começam no dia 4 de fevereiro, apontou a mesma fonte.

A China é acusada de deter mais de um milhão de membros da minoria étnica muçulmana uigure, em Xinjiang, extremo noroeste do país, como parte de uma campanha para eliminar a sua cultura, língua e crenças tradicionais.

Pequim reivindica também Taiwan como uma província chinesa e está disposta a usar a força para assumir o controlo do território.

Países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos costumam emitir declarações contra a interferência nos seus próprios assuntos quando são criticados por abusos dos Direitos Humanos.

Os estados árabes do Golfo também usam leis contraterrorismo vagas e amplas para processar ativistas acusados de minarem a estabilidade e a coesão nacional.

Ainda esta semana, a organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch disse que as autoridades sauditas estavam aparentemente a preparar a deportação de dois muçulmanos uigures para a China, onde correm sério risco de detenção arbitrária e tortura.

Os dois homens estão presos desde o final de 2020.

A organização citou um ativista uigure que disse ter documentado anteriormente cinco casos em que a Arábia Saudita deportou à força uigures para a China, entre 2017 e 2018.

A China e o GCC concordaram também em estabelecer uma parceria estratégica, concluir as negociações sobre um acordo de livre comércio o "mais rápido possível", manter um diálogo estratégico e assinar um plano de ação 2022-2025 para "elevar as relações bilaterais para um novo nível", disse Wang.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, expressou o "firme apoio" de Pequim aos países do GCC para que "mantenham a sua independência, segurança e estabilidade".

A China "continuará a opor-se à interferência estrangeira nos assuntos internos dos países do GCC em nome dos Direitos Humanos", disse.

A China também se comprometeu a apoiar os países do GCC na criação de um diálogo multilateral para "explorar uma forma de o Médio Oriente resolver conflitos e disputas na região, e defendeu que os países não regionais desempenhem um papel construtivo para esse fim".

A visita ocorreu numa altura em que potências mundiais, incluindo a China, tentam relançar o acordo nuclear iraniano, assinado em 2015, em Viena.

Outros participantes das reuniões incluíram os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, também deve visitar a China no final desta semana.

Não ficou imediatamente claro se Amirabdollahian participou das reuniões com os outros governantes e Wang Yi não o mencionou nos seus comentários.

A China e os EUA disputam influência no Médio Oriente, onde as empresas chinesas encontraram mercados para bens e serviços que vão da construção de ligações rodoviárias à exportação de equipamento militar.

A China depende fortemente do petróleo e do gás da região e Pequim também mantém laços estreitos com o Irão, apesar das suas ambições nucleares e disputas com outras nações do Golfo.

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