A queixa foi apresentada no tribunal de Brazzaville por quatro das seis famílias envolvidas. "As famílias e nós estamos à espera que sejam apuradas responsabilidades e que as reparações sejam feitas", disse Trésor Nzila, da ONG Centro de Ação para o Desenvolvimento (CAD) à agência de notícias francesa AFP.
Na noite de 04 para 05 de novembro de 2021, os corpos dos seis jovens foram encontrados na prisão do comando territorial da força policial de Brazzaville.
"Passaram dois meses desde os acontecimentos, o caso teve de ser gerido com grande rigor. Tivemos de esperar pelos resultados das autópsias e reunir outros elementos", acrescentou, considerando que as famílias enlutadas tinham sido "abandonadas pelo Governo".
A autópsia realizada por um médico forense, em 30 de novembro e 2 de dezembro de 2021 em quatro dos seis corpos identificados indicou que as mortes foram causadas por agressão deliberada.
A CAD adiantou na altura que "estas mortes ocorreram em circunstâncias problemáticas" e um familiar das vítimas disse à AFP que tinha visto "um corpo coberto de sangue".
O Governo, por seu lado, referiu "mortes acidentais", provavelmente ligadas à "sobrelotação das prisões".
O CAD denunciou uma "tortura que se tornou endémica" no país.
No início de janeiro, o promotor público, André Ngakala Oko, ordenou a prisão de quatro agentes da polícia acusados de torturarem outros três jovens, dois dos quais morreram.
Em 2018, 13 outros jovens morreram numa esquadra de polícia em Mpila (distrito oriental de Brazzaville). Seis agentes da polícia foram considerados culpados, julgados e condenados a penas de prisão.
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