Santos Silva em Roma para as cerimónias fúnebres
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vai estar presente na sexta-feira em Roma nas cerimónias fúnebres do presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, em representação do Governo português, revelou hoje o próprio, em Brest, França.
© Reuters
Mundo Óbito
O chefe da diplomacia europeia, que participa em Brest numa reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), vai abandonar os trabalhos mais cedo para rumar, ainda hoje, à capital italiana, onde decorrem as cerimónias fúnebres de Estado de Sassoli, que morreu na passada terça-feira aos 65 anos.
Em declarações à Lusa e RTP em Brest, Santos Silva recordou Sassoli como um "europeísta" e destacou o seu papel "essencial" durante a presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano passado.
"Eu lamento muito a morte prematura de David Sassoli. Em primeiro lugar, era um europeísta, foi o presidente do Parlamento Europeu, oriundo de um país fortemente europeísta, a Itália, e de uma família política, os Socialistas, também fortemente europeísta. Depois, porque desempenhou com muita qualidade as suas funções no Parlamento Europeu, sabendo afirmar a nova centralidade do Parlamento", consagrada pelo Tratado de Lisboa, começou por dizer o governante português.
Augusto Santos Silva comentou então que, "para a presidência portuguesa do Conselho, durante o primeiro semestre do ano passado, a sua colaboração foi essencial".
"Por isso é que nós pudemos relançar finalmente a Conferência sobre o Futuro da Europa, que estava bloqueada, por isso é que nós pudemos aprovar a primeira Lei europeia do Clima, pudemos fazer a reforma da Política Agrícola Comum, pudemos aprovar o instrumento de recuperação e resiliência, e, portanto, lançar os planos nacionais de recuperação e resiliência, e pudemos aprovar o certificado digital covid-19 no prazo de tempo mais curto da história recente da UE", elencou.
"Pudemos fazer tudo isto porque contámos sempre com a colaboração, a compreensão e o empenhamento do Parlamento Europeu e do seu presidente David Sassoli. Portanto, não poderíamos deixar de estar presentes nas suas cerimónias fúnebres, e o Governo português decidiu que a representação se faria ao meu nível", concluiu.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros será substituído na sessão de trabalhos de sexta-feira da reunião informal de chefes de diplomacia da UE pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
As cerimónias fúnebres de David Sassoli iniciaram-se com uma câmara ardente hoje, em Roma, estando o funeral marcado para sexta-feira ao meio-dia (11:00 horas em Lisboa), também na capital italiana.
Sassoli morreu na terça-feira, aos 65 anos, em Aviano (Itália), onde se encontrava hospitalizado desde 26 de dezembro, sendo o primeiro presidente do Parlamento Europeu a morrer em exercício de funções nas quais estava prestes a ser substituído, no cumprimento de um acordo de partilha do mandato de cinco anos.
David Sassoli contraiu uma pneumonia em setembro de 2021, que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo, França, e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do parlamento, regressando no final do ano.
Na próxima semana, na primeira sessão plenária do ano, o Parlamento Europeu deverá eleger um novo presidente da assembleia, algo que já estava previsto a meio da atual legislatura, e não relacionado com o estado de saúde de Sassoli, que será homenageado numa cerimónia em Estrasburgo no início da sessão.
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