"Dois oficiais, sete sub-oficiais, um militar de patente e cinco civis" foram detidos desde segunda-feira, disse o general Simporé, citado pela France-Presse (AFP), no final do conselho de ministros.
Dois dos civis e um militar foram libertados na sequência das primeiras audições, enquanto os restantes detidos estão em prisão preventiva, acrescentou o militar.
Estas detenções surgem na sequência de um inquérito da procuradoria do tribunal militar de Ouagadougou por "presumíveis factos de tentativa de destabilização das instituições do Estado", explicou.
A investigação foi motivada pela "denúncia de um militar que terá sido contactado por um grupo de indivíduos para se juntar a eles e realizar atos de destabilização contra as instituições", adiantou Simporé.
"Pedimos à nossa nação que mantenha a serenidade e se dedique às suas ocupações enquanto aguarda que a procuradoria possa comunicar os resultados do inquérito", apelou.
Entre os militares detidos, escreve a AFP citando fontes securitárias, estará o tenente-coronel Emmanuel Zoungrana, ex-comandante do 12.º regimento de infantaria, que até agora comandava as forças envolvidas na luta antiterrorista neste país afetado por frequentes ataques 'jihadistas'.
Segundo as fontes da AFP, sobre este e outros militares recaem, desde as manifestações de 27 de novembro, "suspeitas de conspiração com vista à destabilização (do poder) com ramificações no estrangeiro.
Nesse dia, centenas de pessoas saíram à rua para denunciar a "incapacidade" das autoridades para deter a violência 'jihadista'.
Os protestos descambaram em violência entre manifestantes e forças de segurança, que fizeram uma dezena de feridos.
Tal como a Nigéria e o Mali, o Burkina Faso está desde 2015 envolvido numa espiral de violência atribuída a grupos armados 'jihadistas', filiados à Al-Qaeda e ao grupo extremista Estado Islâmico, que terão feito pelo menos 2.000 mortos e 1,4 milhões de deslocados.
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