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Ahmed tem de pôr fim ao conflito em Tigray, diz Comité do Nobel

O Comité do Nobel norueguês considerou hoje que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz de 2019, tem uma "responsabilidade especial" de pôr fim ao conflito na região etíope do Tigray.

Ahmed tem de pôr fim ao conflito em Tigray, diz Comité do Nobel
Notícias ao Minuto

11:28 - 13/01/22 por Lusa

Mundo Etiópia

O Comité do Nobel norueguês considerou hoje que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz de 2019, tem uma "responsabilidade especial" de pôr fim ao conflito na região etíope do Tigray.

"Como primeiro-ministro e vencedor do prémio Nobel da paz, Abiy Ahmed tem uma responsabilidade especial de pôr fim ao conflito e ajudar a trazer a paz" àquela região, onde as hostilidades já provocaram milhares de mortes, disse o comité norueguês, citado pela agência de notícias francesa AFP.

A ONU alertou na última quarta-feira que a região do Tigray está sujeita a um "bloqueio de facto" e precisa de ajuda humanitária, como alimentos e medicamentos.

Desde meados de julho de 2020 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não está autorizada a enviar medicamentos e equipamento médico para Tigray, apesar de repetidos pedidos feitos mesmo junto do gabinete do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, segundo o diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus.

O responsável da OMS recordou, numa conferência de imprensa, que, mesmo no auge da guerra na Síria ou no Iémen, a OMS sempre conseguiu enviar ajuda humanitária às populações daqueles países.

Presente ao seu lado durante a conferência de imprensa, o chefe de operações de emergência da OMS, Michael Ryan, também expressou a sua indignação.

Por causa do bloqueio, "há pessoas que (...) não têm acesso a intervenções básicas que salvam vidas", disse.

A guerra naquela região eclodiu a 4 de novembro de 2020, precisamente quando o primeiro-ministro, Abiy Ahmed, enviou o Exército federal para a província no norte do país, com a missão de retirar pela força as autoridades locais da Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), que desafiavam as autoridades de Adis Abeba há muitos meses.

Abiy Ahmed declarou vitória três semanas depois da invasão, quando o Exército federal capturou a capital, Mekele.

Em junho de 2021, porém, as forças afetas à FPLT já tinham retomado a maior parte do território do Tigray, e continuaram a ofensiva nas províncias vizinhas de Amhara e Afar.

Em novembro, as forças de Tigray e forças insurgentes aliadas da Oromia (outra província etíope) começaram a retirar das áreas ocupadas para a região de origem. Em contrapartida, o poder em Adis Abeba comprometeu-se em não voltar a invadir a província rebelde.

O Exército federal está nas fronteiras de Tigray e retomou o controlo de várias posições anteriormente nas mãos das forças da FPLT em Amhara e Afar.

O conflito na Etiópia provocou, além da morte de vários milhares de pessoas, mais de dois milhões de deslocados, deixando ainda centenas de milhares de etíopes em condições de quase fome, de acordo com a ONU.

A ONU estima, por outro lado, que entre novembro e dezembro tenham sido detidas entre 5.000 e 7.000 pessoas, incluindo membros do seu pessoal, sobretudo de etnia tigray.

Os intensos esforços diplomáticos, incluindo os da União Africana, para alcançar um cessar-fogo, não produziram até agora qualquer solução definitiva.

Leia Também: Etiópia e Eritreia terão cometido crimes contra a humanidade em Tigray

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