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Ucrânia: Rússia quer dividir Europa "irrelevante" e EUA

O chefe da diplomacia europeia alertou hoje que a Rússia está a tentar dividir os Estados Unidos e uma UE que pretende "irrelevante" com o seu desafio à segurança europeia, bem como reconstituir o bloco geopolítico soviético.

Ucrânia: Rússia quer dividir Europa "irrelevante" e EUA
Notícias ao Minuto

12:56 - 12/01/22 por Lusa

Mundo Josep Borrell

"A reconstrução do bloco geopolítico soviético na Europa e a tentativa de dissociação entre os Estados Unidos e a Europa poderiam ser os objetivos estratégicos de Moscovo", disse Josep Borrell num texto publicado hoje no seu blogue, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Borrell também avisou que a Rússia quer "retratar a União Europeia como irrelevante e pressionar para uma dissociação estratégica" entre os dois parceiros transatlânticos.

Os alertas do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança surgem numa semana de reuniões da Rússia com os Estados Unidos e a NATO sobre a crise na fronteira com a Ucrânia e a segurança em território europeu.

Para Borrell, as propostas que a Rússia fez à Aliança Atlântica e aos EUA sobre segurança na Europa para afastar a NATO das suas fronteiras "violam os princípios da arquitetura de segurança europeia".

Essas propostas, disse, são acompanhadas pela "ameaça aberta da Rússia de tomar medidas militares se estas exigências não forem satisfeitas".

"A ambição das autoridades russas é desafiar a ordem política e de segurança nascida após a Guerra Fria", considerou o antigo chefe da diplomacia espanhola.

Borrell disse que Moscovo quer voltar atrás no chamado ato fundador das relações NATO-Rússia, de 1997, que acompanhou o alargamento da Organização do Tratado da Atlântico Norte à Europa Central e Oriental, bem como a Carta de Paris de 1990, sobre os princípios da segurança europeia.

Especificou que Moscovo tinha aceitado princípios que "agora põe em causa", tal como o de cada país poder escolher livremente pertencer a organizações ou tratados.

"Ao desafiar este princípio fundamental, Moscovo está a agir como um poder revisionista", disse.

Borrell acusou também Moscovo de voltar atrás em princípios como o não uso da força e o respeito pela integridade territorial de todos os Estados, princípios que, em sua opinião, viola tanto na Ucrânia como na Geórgia.

O Alto Representante disse também que a questão russa será discutida pelos ministros da Defesa e dos Negócios da UE numa reunião informal que decorre entre hoje e sexta-feira, na cidade francesa de Brest.

Ao mesmo tempo, a Rússia reúne-se hoje, em Bruxelas, com a NATO, seguindo-se um encontro com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na quinta-feira, em Viena.

"Temos de chegar a uma posição unida da UE", defendeu Borrell, sublinhando que o papel da União Europeia tem de ter como base "linhas de ação concretas".

Nesse sentido, defendeu o "regresso aos princípios gerais da arquitetura de segurança", tal como resultam da Carta de Helsínquia, da Carta de Paris, do acordo NATO-Rússia ou do documento de Viena da OSCE sobre medidas de construção de confiança.

Em segundo lugar, apelou para que se estabeleça um "mecanismo de gestão de crises mais eficaz com a Rússia, uma área em que a UE tem uma vasta experiência".

Borrell pediu também a criação de mecanismos permanentes e operacionais de prevenção de conflitos e de medidas de confiança para assegurar que a conduta de todas as partes não seja mal interpretada, em particular no que diz respeito a exercícios militares.

Em qualquer caso, salientou que a UE já deixou claro que "quaisquer novas medidas contra a Ucrânia teriam custos reais e consequências maciças".

"Além de adotar um conjunto coordenado de sanções, devemos também estar preparados para acelerar diferentes cursos de ação (...). Não somos uma aliança militar, mas temos formas e meios de promover os nossos interesses de segurança e os dos nossos parceiros", disse.

Isto inclui, segundo Borrell, combater ainda mais a desinformação e as ameaças cibernéticas provenientes da Rússia, reforçar a resiliência e a segurança energética através de um desenvolvimento mais rápido das energias renováveis, ou de uma maior diversificação das rotas e fontes de importação, e intensificar o apoio à Ucrânia.

Leia Também: Ucrânia: Crise permite à Rússia nova ronda de negociações com ocidente

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