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Turquia e Arménia têm primeiro encontro na sexta-feira em Moscovo

Os enviados da Turquia e da Arménia vão reunir-se na sexta-feira, em Moscovo, anunciou hoje o Governo turco, no primeiro encontro de um processo que poderá levar à normalização das relações entre os dois países.

Turquia e Arménia têm primeiro encontro na sexta-feira em Moscovo
Notícias ao Minuto

10:50 - 12/01/22 por Lusa

Mundo Conflito

Os enviados da Turquia e da Arménia vão reunir-se na sexta-feira, em Moscovo, anunciou hoje o Governo turco, no primeiro encontro de um processo que poderá levar à normalização das relações entre os dois países.

A Turquia e a Arménia têm uma longa história de conflito desde o genocídio de mais de um milhão de arménios em 1915, reacendido desde 1993 pelo conflito de Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o aliado de Ancara, o Azerbaijão.

A primeira reunião entre Serdar Kilic, antigo embaixador da Turquia em Washington, e Ruben Rubinyan, vice-presidente da Assembleia Nacional Arménia, realiza-se na sexta-feira, em Moscovo, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco à agência France-Presse.

Os dois governos anunciaram a nomeação dos seus dois enviados especiais em meados de dezembro, como prelúdio para a normalização e o estabelecimento de relações diplomáticas entre os seus dois países. A Turquia também anunciou o reinício dos voos diretos entre as duas capitais, suspensos desde 2020, mas sem dar uma data precisa, e a Arménia levantou, em 01 de janeiro, o seu embargo aos produtos turcos, que estava em vigor há um ano.

A Arménia e a Turquia nunca estabeleceram relações diplomáticas formais. A fronteira terrestre entre os dois países está fechada desde 1991.

A Turquia recusa-se a reconhecer o genocídio de 1915 sob o Império Otomano e refere-se a "massacres de ambos os lados".

As autoridades arménias concordaram em colocar a questão de lado em favor da normalização das relações.

As recentes tensões foram alimentadas principalmente pelo apoio da Turquia ao Azerbaijão na guerra de Nagorno-Karabakh, antes do acordo de Moscovo, alcançado em finais de 2020, após um novo surto de hostilidades.

Numa entrevista televisiva no final de dezembro, o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, elogiou os esforços da Arménia e as suas "boas intenções".

A pouco dias do encontro em Moscovo, os exércitos da Arménia e do Azerbaijão envolveram-se numa troca de tiros na fronteira comum na terça-feira à noite, com um saldo de quatro mortos.

Na sequência do incidente, o representante especial da União Europeia (UE) para o Cáucaso do Sul, Toivo Klaar, apelou hoje à Arménia e ao Azerbaijão para desanuviarem as tensões após estes novos confrontos.

"Estou profundamente preocupado com os novos incidentes na fronteira", escreveu Klaar na sua conta na rede social Twitter, citado pela agência espanhola EFE.

"É importante que as partes trabalhem na desescalada e façam pleno uso dos mecanismos disponíveis, incluindo a linha direta entre os ministérios da Defesa dos dois países, criada sob os auspícios da UE em novembro de 2021", disse.

Klaar reiterou que a UE está pronta a fornecer "assistência adicional" para a delimitação e demarcação da fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão.

As duas partes tinham-se comprometido, no ano passado, a iniciar o processo da delimitação da fronteira o mais rapidamente possível, mas os respetivos trabalhos ainda não começaram.

O Ministério da Defesa da Arménia denunciou a morte de três soldados arménios num ataque à fronteira pelo exército do Azerbaijão.

O Azerbaijão, por sua vez, relatou a morte de um soldado em consequência de "uma provocação militar" da Arménia, que acusou de ter disparado contra as posições do seu exército na fronteira.

As escaramuças entre os dois lados não cessaram apesar de o conflito sobre o enclave separatista de Nagorno-Karabakh ter terminado no outono de 2020, com cerca de 10.000 mortos e uma vitória do Azerbaijão, que recuperou grande parte dos territórios controlados pela Arménia desde a guerra de 1992-1994.

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