Numa declaração comum, divulgada depois de uma reunião para analisar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNPN) e em plenas negociações com o Irão, suspeito de pretender dotar-se de uma bomba atómica, as cinco potências nucleares sublinharam a "vontade" em trabalhar nesse sentido com "todos os Estados membros" da ONU.
"[A intenção] é criar um "ambiente de segurança que permita avançar mais na área do desarmamento, com o objetivo último de um mundo livre de armas nucleares", especifica a presidência francesa, que há dois anos coordena os trabalhos desses países.
A declaração é publicada antes da realização, programada para este ano sob os auspícios das Nações Unidas, da 10.ª Conferência de Revisão das Partes do TNPN, tratado internacional assinado por 191 países e que entrou em vigor em 1970 para impedir a disseminação de armas nucleares.
"Afirmamos que uma guerra nuclear nunca poderá ser vencida e nunca deve ser travada. Tendo em vista as consequências a longo prazo do uso de armas nucleares, afirmamos também que elas, enquanto existirem, devem servir para fins defensivos, de dissuasão e prevenção de guerra", afirmam os cinco países signatários.
"Cada um de nós pretende manter e fortalecer ainda mais as medidas nacionais destinadas a prevenir o uso não autorizado ou não intencional de armas nucleares", continua o texto.
Os signatários são os cinco Estados legalmente reconhecidos pelo TNPN como "equipados com armas nucleares".
Os três outros países que têm a bomba atómica - Índia, Paquistão e Israel - não são signatários do TNP, enquanto a Coreia do Norte denunciou o tratado.
O Ocidente suspeita que o Irão está a tentar desenvolver, usando a tecnologia dos lançadores de satélites, mísseis balísticos de longo alcance capazes de transportar cargas convencionais ou nucleares.
As negociações foram retomadas em dezembro em Viena para relançar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano (JCPOA na sigla em inglês), que ficou moribundo após a retirada dos Estados Unidos, em 2018.
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