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União Africana pede solução baseada no diálogo para tensão na Somália

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, apelou hoje a um "diálogo" entre o primeiro-ministro e o Presidente somalis para encontrar "uma solução política" após o agravamento das tensões no país do Corno de África.

União Africana pede solução baseada no diálogo para tensão na Somália
Notícias ao Minuto

17:40 - 30/12/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

De acordo com um comunicado da União Africana (UA), Mahamat acompanha "com profunda preocupação" a "grave tensão política na Somália", que se intensificou no dia 27, quando o Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo ordenou a suspensão dos poderes do primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble.

Após a iniciativa do Presidente - que apontou o primeiro-ministro como suposto responsável por um caso de corrupção - Roble e vários opositores acusaram Farmaajo de ter tentado dar um golpe de Estado.

O anúncio de Farmaajo foi seguido de um visível desdobramento de militares na capital, Mogadíscio, com membros das Forças Armadas a tentarem impedir o primeiro-ministro de aceder ao seu gabinete, localizado no complexo da residência presidencial, conhecido como Villa Somalia.

Por sua vez, através da rede social Twitter, o gabinete de Roble descreveu a decisão presidencial como "uma tentativa fracassada para ocupar militarmente o gabinete do primeiro-ministro" e de "uma violação da Constituição e de outras leis".

As eleições presidenciais deste país, já adiadas várias vezes, chegaram a ser marcadas para 10 de outubro, mas não se realizaram devido a desentendimentos políticos.

A câmara baixa do parlamento aprovou em 12 de fevereiro a prorrogação do mandato do Presidente Farmaajo por mais dois anos - que havia expirado quatro dias antes -, mas o Senado [câmara alta] considerou a medida como inconstitucional por não ter o consenso das duas câmaras.

Essa situação desencadeou uma grande crise política e, em 25 de abril, os confrontos entre fações opostas do Exército - a favor e contra a prorrogação do mandato -- provocaram pelo menos 13 mortos e 22 feridos em Mogadíscio, segundo fontes médicas confirmadas à Efe.

No final de abril, Farmaajo renunciou à extensão do seu mandato e ordenou que Roble dirigisse o processo de preparação das eleições.

Já em setembro passado, uma nova escalada de tensão entre os dois fez Farmaajo suspender os poderes de Roble para nomear e demitir funcionários públicos, medida que o primeiro-ministro rejeitou, acusando o Presidente de "interpretar mal" artigos da Constituição.

O adiamento sistemático das eleições desvia a atenção de outros problemas, nomeadamente a luta contra o grupo 'jihadista' Al-Shabab, que controla áreas rurais no centro e no sul e quer estabelecer um Estado islâmico 'wahhabi' (ultraconservador) na Somália.

O país vive um estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando a Somália sem um governo efetivo e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas, como o Al-Shabab.

Leia Também: Oposição somali acusa Presidente de "tentativa de golpe" contra o Governo

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