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Gantz aprova "medidas de confiança" após reunião com Abbas

O ministro da Defesa israelita aprovou hoje "medidas de confiança" para melhorar as relações com os palestinianos na sequência de um raro encontro com o líder palestiniano, Mahmud Abbas, em Israel, anunciou o gabinete de Benny Grantz.

Gantz aprova "medidas de confiança" após reunião com Abbas
Notícias ao Minuto

11:29 - 29/12/21 por Lusa

Mundo Israel

O pacote inclui a transferência de fundos de impostos para a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), autorizações para comerciantes palestinianos e o estatuto de residência para palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, anunciou o gabinete do ministro israelita, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).

Benny Gantz encontrou-se com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, na sua residência privada em Rosh Haayin, nos subúrbios de Telavive, na terça-feira à noite.

Foi a primeira vez que Abbas se reuniu com um governante israelita em território de Israel desde 2010, e a segunda com Grantz, depois de um primeiro encontro em agosto, em Ramallah, a sede administrativa da ANP na Cisjordânia ocupada.

Os dois dirigentes discutiram a coordenação de segurança entre Israel e a ANP, liderada por Abbas.

Em concreto, segundo a agência de notícias espanhola EFE, Israel comprometeu-se a emitir licenças a 600 empresários palestinianos, bem como a conceder mais 500 licenças para estes empresários entrarem em Israel com os seus próprios veículos.

Além disso, serão emitidas dezenas de autorizações para a entrada em Israel de veículos de altos funcionários da ANP, que têm sido restringidas desde que as negociações foram congeladas em 2014.

Foi também acordado adiantar o pagamento de 100 milhões de shekels (28,5 milhões de euros) em impostos cobrados por Israel em nome da ANP, que enfrenta graves problemas financeiros devido a uma queda das verbas dos doadores internacionais.

Israel tem retido o pagamento de subsídios da ANP a milhares de famílias que tiveram familiares mortos, feridos ou presos no conflito entre as duas partes, alegando que incentivam o terrorismo, enquanto os palestinianos dizem que prestam um apoio crucial às famílias necessitadas.

Israel também prometeu regularizar o estatuto de 6.000 residentes palestinianos da Cisjordânia ocupada e 3.500 da Faixa de Gaza, que até agora não estavam documentados e poderão, assim, requerer licenças de trabalho israelitas e deslocar-se mais facilmente.

Após a primeira reunião entre Abbas e Gantz, em agosto, Israel registou, em outubro, 4.000 palestinianos da Cisjordânia que não estavam inscritos no Registo da População Palestiniana de Israel.

Depois dessa reunião, foram também adotadas medidas de confiança, incluindo um empréstimo de 155 milhões de dólares (137 milhões de euros) à ANP.

Abbas e Gantz também discutiram "a importância de criar um horizonte político que conduza a uma solução para o conflito", de acordo com a nota oficial israelita.

Embora o objetivo destas reuniões seja o de restaurar a confiança, vários analistas consideram que ainda estão longe de levar à retoma das negociações de paz entre israelitas e palestinianos, paralisadas desde 2014.

A reunião de Gantz com Abbas suscitou críticas de deputados da oposição israelita, incluindo o partido Likud do antigo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o que tem mais deputados no parlamento.

No lado palestiniano, o movimento Hamas, que está no poder na Faixa de Gaza, um território sob bloqueio israelita, condenou a reunião como um afastamento do "espírito nacional do povo palestiniano".

"Este comportamento da liderança da Autoridade Palestiniana agrava a divisão política palestiniana, complica a situação palestiniana, encoraja alguns na região que querem normalizar [as relações] com o ocupante e enfraquece a posição palestiniana que rejeita a normalização" com Israel, disse o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, numa declaração citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.

Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

Leia Também: Abbas e Gantz abordaram "horizonte político" para solução do conflito

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