EUA pedem aos líderes para superarem divergências políticas
O enviado especial dos Estados Unidos na Líbia, Richard Norland, pediu hoje às autoridades locais para que superem os obstáculos que levaram a comissão eleitoral a adiar as eleições presidenciais marcadas para sexta-feira.
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Mundo Líbia
Norland insiste que a aprovação das candidaturas deve ser esclarecida e finalizada e lembrou aos responsáveis políticos e judiciais que a resolução dos presentes problemas eleitorais deve ser a sua prioridade, já que se trata do "desejo de todos os líbios".
O diplomata norte-americano também pediu a todas as partes envolvidas para neutralizarem o clima de tensão e de iminência de um grave conflito que paira sobre Trípoli e sobre outras cidades do país, sublinhando que "este não é o momento para tomar medidas unilaterais ou ordenar destacamentos armados", avisando sobre os riscos de uma "escalada de violência (...) para a segurança dos cidadãos".
A Alta Comissão Nacional Eleitoral (HNEC) líbia propôs hoje ao parlamento o adiamento das eleições, devido ao conflito entre o poder político e o judiciário sobre a lei eleitoral e sobre as condições exigidas para o registo de candidatos, o que é visto como um golpe no processo de reconciliação promovido pela ONU.
"Após a concertação com o parlamento, a Alta Comissão Eleitoral propõe o adiamento da primeira volta da eleição [presidencial] para 24 de janeiro de 2022. O parlamento será responsável por adotar as medidas necessárias para resolver os obstáculos ao processo eleitoral", anunciou o órgão, num comunicado de imprensa.
A comissão eleitoral do país dissolveu os comités eleitorais na terça-feira e nunca publicou, em conformidade com os trâmites previstos, uma lista final dos candidatos presidenciais.
As incertezas quanto à realização do escrutínio na data marcada aumentaram no final de novembro, depois de a comissão eleitoral ter rejeitado as candidaturas de Seif al-Islam - filho e alegado sucessor de Muammar Kadhafi, o tirano deposto em 2011 - do marechal Khalifa Haftar - líder das milícias do Leste e homem forte do país - e do primeiro-ministro interino, Abdul Hamid Dbeibah, primeiro-ministro interino e bilionário que fez fortuna ao lado da ditadura.
Os três recorreram da decisão e foram reintegrados como candidatos, por diferentes tribunais.
A realização destas eleições presidenciais foi proposta para ajudar a unificar o país após uma década de guerra civil e deveriam ser as primeiras eleições "nacionais" após o acordo de reconciliação firmado em outubro de 2020 sob patrocínio da ONU e de um processo diligente e difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, marcadas para um mês depois.
A Líbia mergulhou no caos após a revolta popular apoiada pela NATO que derrubou o regime de Muammar Kadhafi em 2011, minada pelas lutas de poder, dividida entre duas autoridades rivais, num cenário de interferência estrangeira.
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