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Comité parlamentar da Líbia diz ser impossível realizar votação

Um comité parlamentar líbio disse hoje que se tornou "impossível" a realização das eleições presidenciais, agendadas para sexta-feira, o que representa um duro golpe nos esforços internacionais para pôr fim a uma década de caos na Líbia.

Comité parlamentar da Líbia diz ser impossível realizar votação
Notícias ao Minuto

10:53 - 22/12/21 por Lusa

Mundo Líbia

Foi a primeira declaração oficial sobre a suspensão da votação presidencial, embora esta decisão fosse já esperada, tendo em conta os crescentes entraves e pedidos de adiamento.

Numa carta ao presidente do parlamento, Aguila Saleh, o legislador Al-Hadi al-Sagheir, responsável pelo comité encarregado de acompanhar o processo eleitoral, declarou que o grupo concluiu que "é impossível realizar as eleições conforme agendado para 24 de dezembro".

Al-Sagheir não especificou se outra data foi proposta e marcada para a votação ou se foi totalmente cancelada.

A comissão eleitoral do país dissolveu os comités eleitorais na terça-feira e nunca publicou, em conformidade com os trâmites previstos, uma lista final dos candidatos presidenciais.

Entre os candidatos à corrida presidencial líbia destacam-se os nomes de Khalifa Haftar, o "homem forte" do leste, que liderou o designado Exército Nacional Líbio (ENL), Abdul Hamid Dbeibah, primeiro-ministro interino e líder do movimento Futuro da Líbia (criado em 2020), e Seif al-Islam Kadhafi, filho do antigo ditador Muammar Kadhafi.

A realização destas eleições presidenciais foi proposta para ajudar a unificar o país após uma década de guerra civil, mas nas últimas semanas multiplicaram-se os apelos para um adiamento, mesmo face aos receios de um vazio perigoso, nomeadamente a nível securitário, se tal acontecesse.

As primeiras eleições "nacionais" após o acordo de reconciliação firmado em outubro de 2020 sob patrocínio da ONU deveriam ser o culminar de um processo diligente e difícil de pacificação do país, às quais se seguiriam as legislativas, marcadas para um mês depois.

A Líbia mergulhou no caos após a revolta popular apoiada pela NATO que derrubou o regime de Kadhafi em 2011, minada pelas lutas de poder, dividida entre duas autoridades rivais, num cenário de interferência estrangeira.

Após anos de impasse no país dividido em dois campos, com um governo em Tripoli reconhecido internacionalmente e um segundo parlamento no leste, foram conseguidos progressos políticos.

Acordou-se um cessar-fogo, registou-se uma recuperação na produção de petróleo (o país tem as maiores reservas de África) e foi designado um primeiro-ministro interino, Abdel Hamid Dbeibah, para assegurar a transição até às eleições presidenciais.

Na terça-feira, milicianos armados deslocaram-se para Tripoli, num cenário que recorda o conflito ocorrido nos arredores da capital da Líbia durante um ano e até junho de 2020, fazendo recear um reinício das violências a três dias das presidenciais.

A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul) manifestou "preocupação pela situação securitária em Tripoli", advertindo que "esta mobilização de forças filiadas em diferentes grupos gera tensões e aumenta o risco de confrontos que poderão degenerar em conflito".

Leia Também: Presidenciais na Líbia. Uma década de caos desde a queda de Kadhafi

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