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Demitido o chefe da polícia da Catalunha ligado à crise separatista

O chefe da polícia da Catalunha, Josep Lluis Trapero, uma das figuras associadas ao referendo ilegal de autodeterminação desta região espanhola em 2017, foi demitido do cargo, anunciou hoje o governo regional.

Demitido o chefe da polícia da Catalunha ligado à crise separatista
Notícias ao Minuto

20:38 - 20/12/21 por Lusa

Mundo Catalunha

Em comunicado, o ministério regional do Interior revelou que Josep Lluis Trapero será substituído por Josep Maria Estela na liderança dos Mossos d'Esquadra, o nome dado à polícia catalã.

A Catalunha é uma das raras regiões espanholas, como o País Basco, que tem uma força policial regional.

Apesar do governo regional ainda não ter dado explicações para esta substituição, vários meios de comunicação espanhóis noticiaram hoje que a demissão resulta de uma perda de confiança entre o governo regional, liderado pelo independentista Pere Aragonès desde maio, e o responsável da polícia regional.

Trapero foi uma das figuras da crise catalã de 2017 e foi acusado de sedição pela justiça espanhola pela "passividade total" durante o referendo de autodeterminação de 01 de outubro de 2017, organizado pelo governo independentista catalão, apesar da proibição judicial.

O chefe da polícia regional foi demitido em outubro de 2017 pelo governo central, que colocou a região sob supervisão após a tentativa fracassada de secessão.

Josep Lluis Trapero foi julgado e absolvido em outubro de 2020, após a justiça espanhola ter decidido que este não apoiou o referendo ilegal de autodeterminação organizado pelo governo independentista da Catalunha na altura.

Durante o julgamento, Trapero defendeu a sua ação e afirmou que os seus agentes estavam prontos para prender o presidente regional Carles Puigdemont, que foi a principal figura da crise separatista, caso a ordem tivesse sido dada pelos tribunais.

Em 2019, o Supremo Tribunal de Espanha condenou 12 políticos separatistas e líderes de organizações independentistas a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão por crimes de sedição e/ou má gestão de fundos públicos no âmbito da tentativa de independência da Catalunha em 2017.

A tentativa de autodeterminação da Catalunha em outubro de 2017 foi uma das piores crises que a Espanha viveu desde o fim da ditadura de Franco, em 1975.

O governo regional liderado por Puigdemont realizou um referendo sobre a autodeterminação a 01 de outubro de 2017, marcado por violência policial e seguido, algumas semanas mais tarde, por uma declaração de independência.

O Governo espanhol, na altura liderado pelo Partido Popular (direita), colocou a região sob tutela e prendeu os principais líderes do movimento que não tinham fugido para o estrangeiro.

Antes deste episódio, Josep Lluis Trapero tinha-se destacado em agosto de 2017 pela sua gestão da situação após os ataques jihadistas na Catalunha que causaram a morte a 16 pessoas.

Leia Também: Direita pede ação na Catalunha para impor quota de espanhol no ensino

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