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Timor-Leste. Dois novos navios para ligações entre Díli, Oecusse e Ataúro

Timor-Leste tem a partir de hoje dois novos navios a operar, nas ligações entre Díli e as regiões de Oecusse e Ataúro, um construído ao abrigo de um projeto de cooperação com a Alemanha e outro, um investimento privado.

Timor-Leste. Dois novos navios para ligações entre Díli, Oecusse e Ataúro
Notícias ao Minuto

06:16 - 20/12/21 por Lusa

Mundo Timor-Leste

O Berlin-Ramelau é um novo ferry de passageiros que vai fazer ligações entre Díli e várias zonas de Timor-Leste e que hoje tem a sua viagem inaugural para Oecusse.

Desenhado pela IMS Nord, em cooperação com a Aportil, o navio tem um comprimento de 67 metros, uma largura de 16 e um calado de 3,3 metros.

Com um convés de uma altura de 4,8 metros e uma velocidade máxima de 10 a 12 nós, o navio terá uma capacidade de transporte de 380 pessoas e de mais de 940 toneladas de carga, com uma tripulação de 16 elementos.

Intervindo na inauguração do navio, o primeiro-ministro Taur Matan Ruak sublinhou que o novo ferry, batizado Berlin-Ramelau, permitirá "reforçar a conectividade marítima nacional e permitir a todos os cidadãos viajar em segurança e conforto, tanto na visita às suas famílias, quanto no desenvolvimento da atividade económica na costa marítima nacional".

              O governante saudou o apoio de toda a equipa técnica envolvida no projeto, que começou com o anterior Governo, e agradeceu ao Governo alemão que doou 7.8 milhões de euros para a construção do ferry.

"O navio 'Berlin-Ramelau' desenhado especialmente para operar em águas territoriais de Timor-Leste e construído em conformidade com os mais altos padrões mundiais de segurança e eficiência de navegação", disse.

"De acordo com as suas especificações técnicas, fui informado de que este barco foi certificado para navegar em qualquer condição marítima e localização geográfica, nomeadamente na costa norte, na costa sul e até realizar viagens internacionais, se necessário", considerou.

Batizado com o nome da montanha mais alta de Timor-Leste, o navio serve assim como "símbolo espiritual do povo", mas também "um símbolo da capacidade e da resistência do povo timorense, expressão máxima do esforço humano de trabalhar em conjunto para um único objetivo, em prol do bem da nossa Nação".

O contrato de construção, no valor de 18,6 milhões de euros, foi assinado em maio de 2019 pelo Governo timorense e o estaleiro holandês Damen, mas a construção só começou em novembro desse ano depois do visto prévio da Câmara de Contas.

O projeto só acabou por ser desbloqueado em setembro de 2019, depois de uma reunião do então ministro de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, com Burkhard Hinz, responsável pela Divisão de Desenvolvimento Urbano e Mobilidade para a Ásia Oriental e Pacífico, do Banco de Desenvolvimento KfW.

Fundado em 1948, na Alemanha, o Banco de Desenvolvimento KfW financiou em 2006 o navio "Berlin-Nakroma" que tem assegurado até agora o transporte de pessoas e carga entre Díli e as duas regiões e que cofinanciou o novo navio de passageiros.

Sublinhando as "condições logísticas e administrativas muito difíceis", incluindo a pandemia da covid-19, e a própria "conjuntura interna nacional", Taur Matan Ruak disse que o navio simboliza a importância do mar para Timor-Leste.

"Encorajo todos os presentes a encarar as nossas riquezas marinhas da mesma forma, em especial, nas nossas águas territoriais e na zona marítima exclusiva, potenciando uma futura candidatura à exploração da nossa plataforma continental", disse.

Praticamente à mesma hora, Xanana Gusmão, o ex-Presidente da República, inaugurou por seu lado um novo barco rápido, propriedade do investidor timorense Sansão Gomes, que permitirá realizar a viagem entre a capital e Oecusse em quatro horas.

Xanana Gusmão é um dos passageiros na viagem inaugural do navio, com capacidade para 260 passageiros, deslocando-se para Oecusse onde na terça-feira será lida a sentença no julgamento do ex-padre Richard Daschbach.

Leia Também: Pandemia e cheias tornam ano num dos mais difíceis de Timor-Leste

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