Autoridades do Mali torturam seis suspeitos de planear golpe de Estado
Os serviços de segurança do Mali torturaram seis homens, com choques elétricos e simulação de afogamentos, suspeitos de planear um golpe contra o Governo dominado pelos militares, denunciou a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW).
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Mundo Mali
Além dos choques elétricos nas extremidades, torso e genitais, os detidos foram levados para instalações secretas onde foram espancados entre setembro e outubro, comunicou a HRW, citando como fontes os familiares e advogados das vítimas, assim como outros defensores dos direitos humanos e diplomatas estrangeiros.
Os serviços de segurança injetaram-lhes substâncias desconhecidas, mantiveram-nos em posições dolorosas, torturaram-nos com privação de sono e colocaram-nos em isolamento, declarou a ONG.
As autoridades, até ao momento, ainda não se pronunciaram sobre este assunto, informou a agência de notícias France-Presse (AFP).
A existência da alegada tentativa de golpe de Estado só foi tornada pública em novembro pelo poder judicial.
Todavia, o país é governado por uma junta que já encenou dois golpes de Estado.
A HRW identificou os seis homens como o coronel major Kassoum Goïta, o ex-conselheiro presidencial Kalilou Doumbia, o comissário sénior da polícia Moustapha Diakité, o adjunto-chefe Abdoulaye Ballo, o empresário Sandi Ahmed Saloum, e Issa Samaké, mas não dá mais pormenores.
Para além dos maus tratos, a HRW denunciou uma série de irregularidades tais como a ausência de advogados durante os interrogatórios que duraram quase dois meses, e a inclusão, no processo, de informações obtidas sob tortura.
A organização apelou a uma investigação imediata e "imparcial".
"Os membros das forças de segurança do Mali considerados responsáveis pela tortura, qualquer que seja a sua patente, devem ser devidamente processados e despedidos", declarou a diretora da HRW no Sahel, Corinne Dufka.
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