"A encarregada de negócios em exercício da Lituânia na China, Audra Ciapiene, está de regresso a Vílnius para consultas", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano numa declaração citada pela agência de notícias France-Presse.
"Na ausência de um diplomata para a substituir em Pequim, a embaixada lituana na China continuará as suas operações à distância", lê-se no comunicado.
Segundo o ministério, estão em curso discussões sobre as atividades da embaixada lituana na China e da representação chinesa na Lituânia, enquanto se aguarda a decisão das autoridades de Pequim sobre a renovação da acreditação dos diplomatas do país báltico.
Os serviços consulares aos cidadãos lituanos na China serão prestados à distância, mas com capacidade limitada, disse o ministério.
"A Lituânia está pronta a continuar o diálogo com a China e a retomar as atividades da sua embaixada em plena capacidade, uma vez alcançado um acordo mutuamente benéfico", acrescentou.
No mês passado, a China restringiu os contactos diplomáticos com a Lituânia e deixou de emitir vistos para o país em protesto contra a decisão lituana de permitir que Taiwan abrisse uma representação com o seu próprio nome em Vílnius.
Várias empresas e empresários lituanos têm-se queixado, nas últimas semanas, que a China está a bloquear as suas exportações porque as suas mercadorias não recebem a necessária autorização para entrar no país asiático.
A China resiste sempre a que a palavra Taiwan seja utilizada por um organismo oficial, temendo que dê legitimidade internacional à ilha, que considera parte do seu território.
Taiwan, que é governada de forma autónoma desde 1949, foi o refúgio das forças do Partido Nacionalista Chinês (Kuomintang) depois de perder a guerra civil com os comunistas, que desde então reivindicam a soberania daquele território.
A ilha manteve o nome de República da China e o simbolismo sob o qual os nacionalistas chineses governaram o território da atual República Popular antes da derrota na guerra civil.
A ilha fez a transição para um sistema democrático na década de 1990.
Leia Também: Lituânia aumenta ajuda financeira para incentivar repatriamentos