Segundo a imprensa francesa, Benalla, de 30 anos, foi detido ao mesmo tempo que a sua mulher, alegadamente associada a um outro caso que envolve Vincent Crase, um ex-agente de segurança do partido fundado por Macron.
Em novembro, Benalla já fora condenado, num outro processo, a três anos de prisão - dois de pena suspensa - por exercer violência desproporcional contra manifestantes, em 01 de maio de 2018, e por uso fraudulento de passaporte diplomático.
O ex-chefe da segurança pessoal do Presidente francês foi interrogado pela Brigada de Repressão ao Crime Económico (BRDE), no âmbito de uma investigação preliminar do Ministério Público Financeiro.
Os investigadores querem descobrir se Benalla tirou proveito da sua posição próxima de Macron para garantir um contrato milionário de segurança privada, com Makmudov, que acabou por delegar ao seu colega Crase e que, posteriormente, foi subcontratado à empresa Velours.
Iskander Makhmudov -- um bilionário que lidera um império industrial na Rússia e também detentor de várias propriedades em França - foi alvo de uma investigação em Espanha por suspeita de pertencer a uma poderosa organização criminosa com ligações ao Presidente russo, Vladimir Putin.
Numa entrevista a um jornal regional francês, Vincent Crase, um polícia na reserva e que recentemente trabalhou como agente de segurança do partido de Macron, descartou qualquer irregularidade neste contrato.
O contrato previa a segurança dos filhos de Makmudov, que estão a estudar no Mónaco, bem como a segurança do bilionário russo quando este se deslocasse a França, o que nunca chegou a suceder durante a vigência do acordo.
De acordo com a imprensa francesa, Makmudov teria pagado 294 mil euros por este contrato e metade deste valor fora transferido para as contas da agência Velours.
Perante uma comissão senatorial de inquérito ao episódio de violência de 01 de maio de 2018, Alexandre Benalla garantiu que não tinha participado na negociação desse contrato.
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