É necessário "ativar o mais depressa possível" a vacinação obrigatória entre os trabalhadores da saúde e lares de idosos, disse o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Hendrik Wüst, presidente da conferência dos líderes regionais, após a primeira reunião entre o novo Governo e os dirigentes dos 16 Estados federados alemães (Länder).

O chanceler Olaf Scholz lembrou que o projeto de lei sobre a vacinação vai ser votado na sexta-feira no parlamento (Bundestag) e que deverá ser aprovado em tramitação parlamentar dentro de semanas.

O projeto estabelece o prazo máximo até o final de março para que esses trabalhadores possam ser vacinado.

Scholz defendeu esse prazo, que os "Länder" consideram "amplo demais", tendo em conta o tempo necessário para receberam as doses completas e o nível máximo de imunidade.

Além deste projeto, o Governo alemão está também a trabalhar num enquadramento legal para introduzir uma obrigação generalizada de vacinação contra a covid-19, devendo esta lei estar pronta para entrar em processo parlamentar até fevereiro.

A iniciativa a favor da vacinação obrigatória foi anunciada numa reunião realizada há uma semana entre os "Länder" e o governo federal, ainda com Angela Merkel na Chancelaria e com a presença de Scholz, além de uma equipa de crise de transição.

Tanto o bloco conservador de Merkel, como o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz e os parceiros de coligação, verdes e Liberais, afirmaram durante a pandemia que a vacina seria voluntária.

No entanto, a agressividade da nova variante Ómicron e os picos de novas infeções e incidências que a Alemanha regista há algumas semanas fizeram com que mudassem de opinião.

Scholz, assim como os governos regionais, pretende ativar a vacinação para as primeiras doses e para as doses de reforço.

A percentagem de alemães com a vacinação completa situa-se atualmente nos 69,3%, inferior a outros países europeus.

O chanceler e os líderes regionais congratularam-se com a decisão da Comissão Permanente de Vacinação (Stiko) de recomendar a vacina contra a covid-19 para crianças entre 05 e 11 anos com patologias prévias, sendo também possível as restantes, desde que os pais o permitam.

A luta contra a pandemia é a principal prioridade do novo Governo da Alemanha, que tomou posse na quarta-feira.

O encontro com os dirigentes dos 16 Estados federados alemães foi de caráter consultivo para avaliar a evolução da pandemia.

Na reunião anterior, ainda com Merkel, as restrições para os não vacinados foram alargadas.

O Instituto Alemão dos Direitos Humanos considerou hoje que introduzir uma obrigação generalizada de vacinação contra a covid-19 é justificável se a situação o exigir e apenas se forem esgotados todos os passos para facilitar o acesso à mesma de forma voluntária.

A covid-19 é uma doença respiratória pandémica causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 5.278.777 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,22 milhões infeções, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa AFP.

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