Presença do PAIGC no debate do orçamento representa "união"
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, destacou hoje que a presença do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no debate na generalidade do Orçamento Geral do Estado para 2022 representa união.
© Lusa
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"Representa uma união. Os deputados do PAIGC, que não convivia com este Governo, estiveram presentes e votaram contra. Isto já é democracia", afirmou Nabiam aos jornalistas no final da sessão parlamentar, que culminou com a aprovação na generalidade do Orçamento Geral do Estado.
"É o exercício da democracia, estou feliz que o orçamento tenha sido aprovado e agora vamos trabalhar", disse o primeiro-ministro guineense.
O PAIGC, que venceu as legislativas de 2019, mas não está no poder, não participou, o ano passado, na sessão parlamentar para aprovar o Orçamento Geral do Estado de 2021, por não reconhecer o Governo.
Antes, o primeiro-ministro guineense já tinha agradecido ao PAIGC.
"Quero falar a todos os deputados, de todas as bancadas, obrigada. À bancada do PAIGC quero agradecer de todo o coração. Juntamo-nos por este documento muito importante para a Guiné-Bissau. Estamos todos juntos e ouvi as recomendações feitas por todas as bancadas", afirmou Nuno Gomes Nabiam.
O primeiro-ministro disse que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar o país a sair da situação em que se encontra, depois de críticas feitas por deputados das várias bancadas parlamentares.
"A situação que o país vive foi discutida largamente. Ouve respostas às questões colocadas. Temos um país com dificuldades enormes e é preciso apertar o cinto", salientou Nabiam.
O chefe do executivo guineense afirmou também que concorda que é preciso diminuir as despesas de Estado e que vai trabalhar nesse sentido.
"Estamos a fazer o que é de melhor em colaboração estreita com os nossos parceiros económicos. O povo quer mais, também o Governo quer mais, queremos ajudar de verdade a resolver os problemas deste país. Queremos fazer muitas coisas, o país precisa de investimento", disse.
"Estive com o FMI [Fundo Monetário Internacional] e disseram que se a Guiné-Bissau fosse uma empresa tinha de declarar falência", afirmou, referindo-se à missão técnica que está no país a realizar uma segunda avaliação ao programa de referência, que poderá permitir ao país entrar para o Programa de Crédito Alargado.
Para Nuno Gomes Nabiam, é "fundamental" a Guiné-Bissau ter um acordo com o FMI.
Em relação à reforma da Função Pública, o primeiro-ministro disse que é necessário, caso contrário, será difícil desenvolver o país.
"Vamos discutir as formas de conseguir meios financeiros, para ver como conseguimos fazer a reforma. Temos uma Função Pública entupida. Temos uma Função Pública que não tem capacidade de produzir e se não há produção não há bem-estar", frisou.
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