Bielorrússia "não expulsará" diplomatas para retaliar contra sanções
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse hoje que "não vai expulsar" diplomatas ocidentais, após as novas sanções anunciadas pela União Europeia (UE), devido a crise migratória na fronteira com a Polónia.
© DMITRY ASTAKHOV/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Bielorrússia
"Já passou um dia e algumas embaixadas estão a fazer as malas, dizendo que o Presidente (Lukashenko) vai expulsá-los amanhã. Quero tranquilizá-los (...) não vamos expulsar ninguém", afirmou o líder bielorrusso.
Ainda assim, Lukashenko admitiu que, se a expulsão de diplomatas ocidentais acontecer, será "civilizada".
"Terão tempo de recolher as suas coisas e ir embora", explicou o Presidente bielorrusso.
As sanções - a resposta de Bruxelas à crise que eclodiu no dia 08 de novembro com a concentração de vários milhares de migrantes na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia - afetam 17 pessoas e 11 entidades, incluindo a companhia aérea bielorrussa Belavia.
Lukashenko garantiu que o seu país nunca cederá às pressões do Ocidente para ser "como a Ucrânia", porque tem uma visão de futuro própria.
"Exigem que a Bielorrússia seja como a Ucrânia. Um 'país democrático, com perspetivas e desenvolvido'. Já respondemos abertamente, há dois dias, que nunca seremos como a Ucrânia", garantiu o Presidente bielorrusso.
De acordo com Lukashenko, a Bielorrússia está na vanguarda de uma "guerra híbrida" que o Ocidente está a travar contra a Rússia, e a Europa usa "todos os métodos" para pressionar o seu Governo.
"Somos o primeiro elo na pressão (campanha) contra a Rússia. Podemos mudar o curso e trair a Rússia e o povo russo? Não, não podemos", concluiu Lukashenko, acrescentando que não quer cortar os canais de comunicação com o Ocidente.
"Não pensem que estamos em guerra, que não há contactos, que eles não nos dizem nada. Existem canais através dos quais comunicamos", disse o Presidente bielorrusso.
Os Estados Unidos, o Reino Unido, a UE e o Canadá anunciaram quinta-feira novas sanções económicas contra o regime da Bielorrússia, acusado de "repetidas violações dos direitos humanos" e de facilitar a imigração ilegal para a Europa.
"Continuamos comprometidos em apoiar as aspirações democráticas do povo da Bielorrússia e unimo-nos para impor custos ao regime - e àqueles que o apoiam - pelos seus esforços para silenciar as vozes da sociedade civil independente, dos 'media' e de todos os bielorrussos que procuram falar a verdade sobre o que está a acontecer no país", escreveram os aliados numa declaração conjunta.
O documento faz uma dura crítica à atuação do regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e promete sanções económicas, acusando-o de estar a usar migrantes como armas políticas contra o Ocidente.
Num comunicado do Departamento de Estado norte-americano, o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, lembrou que esta é terceira vez que os aliados agem de forma concertada contra a Bielorrússia, acusando Lukashenko de "desrespeito pelos direitos humanos".
O Departamento de Tesouro dos EUA anunciou que tem como alvo 20 indivíduos e 12 organizações próximas do regime de Lukashenko, acusados de ter "facilitado a passagem (...) de migrantes para dentro da UE" e de ter "participado em atos de repressão contra os direitos humanos e a democracia".
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