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ONU alarmada com novas vagas de deslocados no oeste de Tigray

A ONU alertou hoje ter recebido "informações muito alarmantes de novas vagas" de deslocados na zona oeste da região etíope de Tigray, palco de um conflito militar.

ONU alarmada com novas vagas de deslocados no oeste de Tigray
Notícias ao Minuto

19:40 - 24/11/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"As autoridades locais de Tigray relatam 8.000 novas chegadas, potencialmente até 20.000", disseram, em comunicado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e outras agências da ONU, que, no entanto, admitem não poder corroborar estes números.

A agência France-Presse (AFP) cita várias testemunhas que relatam a existência de grandes ajuntamentos de civis do Tigray no oeste da região nos últimos dias.

Aquela área tem sido fortemente disputada desde o início da guerra, há um ano, entre o Governo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e o grupo rebelde Frente de Libertação do Povo Tigray (FLPT).

Em novembro do ano passado, após Abiy enviar tropas para combater a FLPT, então no poder na região de Tigray, forças da região vizinha de Amhara correram a ocupar e administrar o oeste de Tigray.

As autoridades de Amhara argumentam que aquele território lhes pertence e foi anexado ilegalmente pela FLPT há três décadas.

Enquanto civis de Amhara têm chegado à região ao longo do último ano, dezenas de milhares de civis de Tigray fugiram para o vizinho Sudão ou para leste, para o interior de Tigray.

O êxodo tem sido tão dramático que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse ao Congresso em março que teriam ocorrido "atos de limpeza étnica".

Embora a FLPT tenha recuperado o controlo de grande parte de Tigray em junho, o oeste de Tigray continua a ser patrulhado por forças de segurança de Amhara e por soldados etíopes e eritreus.

A FLPT prometeu "libertar" o oeste de Tigray, mas a região não tem registado combates pesados nos últimos meses e os rebeldes têm estado a avançar para a capital, Adis Abeba.

Em Humera, a maior cidade do oeste de Tigray, forças de segurança colocaram no sábado idosos, mulheres e crianças de Tigray em 21 autocarros que se dirigiram para leste, segundo um residente citado pela AFP que pediu anonimato por razões de segurança.

As autoridades de Amhara não responderam aos pedidos da AFP de comentários sobre a situação no oeste de Tigray.

Uma missão conjunta das agências da ONU está planeada para "áreas onde estão a registar-se novas entradas", o que permitirá obter mais informações sobre a situação, diz o ACNUR.

A guerra eclodiu em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a FLPT, no poder na região, alegadamente como retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.

Até agora, de acordo com a ONU, milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões são deslocados internos em Tigray.

O FLPT, que antes de Abiy chegar ao poder na Etiópia, em 2018, dominou o governo etíope, formou também uma aliança com outros grupos insurgentes, tais como o Exército de Libertação Oromo (OLA), ativo na região de Oromia, perto da capital do país, Adis Abeba.

Os receios de que os rebeldes pudessem assumir a capital do segundo país mais populoso de África (mais de 110 milhões de pessoas) suscitaram esforços diplomáticos por parte da comunidade internacional, no sentido de levar a uma cessação das hostilidades e a um acordo negociado.

Contudo, estes esforços têm-se revelado, até agora, infrutíferos.

Leia Também: Etiópia: ONU alerta para a necessidade de ajuda a 8,1 milhões de pessoas

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