Dezanove mortos no Burkina Faso num ataque domingo à noite
Um total de 19 pessoas - 10 civis e nove guardas - foram mortas num ataque feito por homens armados na noite de domingo contra um destacamento de polícia militar na região centro-norte do Burkina Faso, comunicou hoje o exército.
© iStock
Mundo Burkina Faso
O ataque, que ocorreu na cidade de Foubé na província de Sanmatenga, feriu 11 pessoas, declarou uma fonte militar, sob condição de anonimato.
"Mais uma vez, o nosso país está de luto. É portanto necessário considerar que estamos realmente em guerra e que é importante para nós curvarmo-nos à memória destes combatentes que caíram pela pátria e também de todos estes mártires que são vítimas do terrorismo", anunciou, segunda-feira à noite, o porta-voz do Governo, Ousséni Tamboura.
A associação Médicos Sem Fronteiras (MSF) declarou hoje que um posto de saúde, apoiado pela organização e localizado a algumas centenas de metros do posto atacado da guarda, foi "completamente queimado e destruído", e um membro da equipa dos MSF ficou ferido durante o ataque.
"Os nossos colegas, bem como outros feridos, foram rapidamente tratados e retirados para Ouagadougou [a capital] e estão em condições estáveis", explicaram os MSF.
Este ataque ocorre depois de pelo menos 53 pessoas (49 guardas e quatro civis) terem sido mortas num ataque terrorista contra a polícia militar na zona de Inata, na província de Soum, na região do Sahel (norte), em 14 de novembro.
Embora o Burkina Faso sofra de violência 'jihadista' desde 2015, o que aconteceu em Inata gerou muita indignação e tensão no país e levou à organização de um protesto improvisado em Ouagadougou para exigir a demissão do Presidente, Roch Marc Christian Kaboré.
Uma nova demonstração com o mesmo objetivo está agendada para o dia 27 de novembro.
A agitação no Burkina Faso também se refletiu este fim-de-semana depois da população de Kaya, uma cidade na província de Sanmatenga, a cerca de 100 quilómetros a norte de Ouagadougou, ter bloqueado um comboio militar francês a caminho do Níger.
Os utilizadores da internet móvel não conseguem aceder à rede desde sábado à noite.
Todavia, o governo confirmou, segunda-feira, que o acesso à internet móvel foi suspenso em todo o país durante 96 horas desde sábado por razões de "defesa nacional e segurança pública".
Os ataques 'jihadistas' no Burkina Faso são levados a cabo por grupos afiliados tanto à al-Qaida como ao Estado Islâmico, especialmente na região do Sahel, mas também nas regiões vizinhas e no leste do país desde 2018.
A insegurança fez aumentar o número de deslocados internos para 1,4 milhões, de acordo com números do Governo.
Leia Também: Pelo menos nove polícias mortos no Burkina Faso em ataque 'jihadista'
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com