"Uns indivíduos chegaram, a bordo de uma carrinha branca, e dispararam tiros contra quem se encontrava no centro de votação", noticiou o diário venezuelano La Verdad (LV).
Segundo o LV, uma mulher e dois homens jovens foram transportados para o Hospital Noriega Trigo, onde um deles deu entrada sem sinais vitais.
O ataque ocorreu pelas 12:30 de domingo (16:30 horas em Lisboa) e os agressores foram identificados pelos presentes como "coletivos" (homens armados afetos ao regime).
Algumas das pessoas que estavam presentes fugiram e outras trocaram palavras com os agressores, que continuaram a disparar.
A imprensa local dá conta ainda que no município San Francisco se registaram várias denúncias de que indivíduos armados estiveram nos centros eleitorais a intimidar os eleitores.
O ataque foi confirmado por Douglas Rico, diretor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária), através da sua conta na rede social Instagram.
"Nomeei uma equipa de altos dirigentes da Polícia Científica para ir a São Francisco, estado de Zúlia, para esclarecer o incidente em que um homem morreu e duas pessoas ficaram feridas. Os responsáveis vão ser severamente punidos, que o nosso povo não tenha dúvidas", escreveu Douglas Rico naquela rede social.
Ainda em Zúlia, segundo o portal web Noticiário Digital, o dirigente político Eduardo Labrador foi espancado por indivíduos que atacaram o comando de campanha da opositora Mesa de Unidade Democrática.
Entretanto, através das redes sociais, foi divulgado um vídeo em que Eduardo Labrador aparece com sinais de golpes e sangue na cara, a explicar o que aconteceu.
Os venezuelanos foram domingo às urnas para eleger as autoridades que nos próximos quatro anos vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que vão exercer funções em 335 municípios do país.
Os resultados oficiais ainda não foram divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
Segundo o CNE, foram apresentadas 70.244 candidaturas, incluindo dos principais partidos de oposição, que no passado apelaram ao boicote dos processos eleitorais, considerando não existirem garantias de transparência.
Dos 33.192.835 cidadãos da Venezuela, 21.159.846 estão registados como eleitores.
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