Painel consultivo insta EUA a dissuadirem China de invadir Taiwan
O principal painel consultivo do Governo dos Estados Unidos nos assuntos para a China instou hoje o Congresso a dissuadir Pequim de invadir Taiwan, através do aumento dos recursos militares e de informações na região do Indo-Pacífico.
© Youtube/Mask Agent
Mundo Taiwan
Num relatório anual com 539 páginas, a Comissão de Revisão Económica e de Segurança EUA - China também pediu aos legisladores que garantam que o capital financeiro norte-americano que é investido na China não apoia o desenvolvimento do complexo militar--industrial do país asiático ou o Partido Comunista Chinês.
"O Governo chinês aprofundou as suas tendências agressivas, o comportamento de 'Lobo Guerreiro' e coercivo, aumentando as preocupações em todo o Indo-Pacífico e em outras partes do mundo sobre a ascensão da China", apontou Carolyn Bartholomew, presidente da comissão, numa conferência que serviu para apresentar o relatório.
O termo 'Lobo Guerreiro' remete para o filme mais visto de sempre na China, que conta a história de um soldado chinês numa zona de guerra em África, onde salva centenas de pessoas de uma chacina conduzida por mercenários ocidentais, que tentam apoderar-se do país.
"À medida que se torna cada vez mais beligerante em alguns lugares e belicoso em outros, os líderes da China colocam o ónus de melhorar as relações na outra parte", indicou.
A Comissão, um painel independente do governo norte-americano criado em outubro de 2000, reporta diretamente ao Congresso e à Casa Branca. A elaboração do relatório envolveu audiências com cerca de 75 especialistas de organizações governamentais, empresariais e unidades de investigação, durante o ano passado.
O documento reflete a crescente desconfiança entre as elites políticas dos Estados Unidos face às intensões da China e surge numa altura de tensões acirradas em torno de Taiwan.
A ilha, onde se refugiou o governo nacionalista chinês, após ter perdido a guerra civil para os comunistas, é reclamada por Pequim como território chinês. A China não exclui a reunificação através da força.
Nos últimos meses, o país asiático enviou centenas de aviões militares e bombardeiros com capacidade nuclear para a zona de defesa aérea de Taiwan.
"Queremos evitar esse conflito", disse Alex Wong, outro comissário.
Esta semana, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, abordaram as tensões sobre Taiwan e outras questões militares, comerciais e de Direitos Humanos, durante uma reunião de três horas e meia.
O relatório reconheceu os sucessos da China, incluindo retirar da pobreza centenas de milhões de pessoas, mas acrescentou que isto encorajou os líderes do partido a alimentarem a sua crença na ascensão inabalável do país.
Esta demonstração de confiança também mascara inseguranças profundas, sugeriu a comissão.
À medida que as expectativas aumentam antes de 2049, quando se celebram 100 anos desde a fundação da República Popular da China, existe o receio de que passos em falso possam comprometer o seu domínio doméstico e influência global.
Os líderes do Partido parecem assim focados em ameaças internas e externas, indicou o relatório
O mesmo documenta listou uma série de desafios que Pequim enfrenta: aumento da dívida, distribuição de riqueza desigual, envelhecimento populacional, dependência tecnológica ainda significativa do Ocidente ou a corrupção.
No exterior, a China enfrenta crescente desconfiança e oposição de uma série de países em relação ao seu histórico de Direitos Humanos, coerção económica e diplomacia assertiva.
"A incapacidade política de admitir o fracasso e a crença genuína na sua própria superioridade limitam a capacidade da China de enfrentar esses mesmos desafios", referiu o relatório.
"A pressão externa aumentou a paranoia do Partido Comunista sobre o potencial das forças externas para amplificarem a dissidência interna e ameaçarem o seu regime", descreveu.
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