Iraque pede à UE que respeite direitos humanos dos seus migrantes
O Governo iraquiano pediu hoje aos países da União Europeia (UE) que respeitem os princípios e determinações internacionais em matéria de direitos humanos no tratamento dos imigrantes procedentes do Iraque apanhados na crise migratória na fronteira polaco-bielorrussa.
© Reuters
Mundo Iraque
"O ministro dos Negócios Estrangeiros [do Iraque] telefonou e enviou cartas e mensagens aos homólogos da UE a pedir que apliquem os princípios e determinações relacionadas com os direitos humanos no tratamento aos imigrantes iraquianos", indicou o porta-voz daquele departamento ministerial, Ahmed al-Sahaf, citado pela agência noticiosa estatal INA.
Nesse sentido, prosseguiu o porta-voz, Bagdade instou os 27 a ter em conta as condições climatéricas a que estão expostos os seus cidadãos na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, bem como a escassez de alimentos e de medicamentos.
Al-Sahaf recordou as medidas que as autoridades iraquianas têm tomado para enfrentar a crise, como a suspensão de voos diretos entre o Iraque e a Bielorrússia e a suspensão temporária do cônsul honorário bielorrusso em Bagdade e em Erbil, capital da região autónoma do Curdistão, no norte do país.
Para quinta-feira está previsto o repatriamento, num avião fretado pelo Governo do Iraque, de 325 migrantes iraquianos que manifestaram, "voluntariamente", vontade em regressar ao país.
Segundo al-Sahaf, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque contabilizou 571 iraquianos distribuídos por oito centros de acolhimento de refugiados na região, salientando, porém, ser "difícil" determinar o número total.
Fontes curdas, citadas pela agência noticiosa espanhola EFE, referiram que na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia estarão entre 7.000 a 8.000 curdos iraquianos.
Hoje, a ministra das Migrações iraquiana, Evan Faek Gabro, recebeu o embaixador da UE em Bagdade, Ville Vatjola, com quem abordou a questão dos cidadãos iraquianos que emigraram para vários países da Europa e, em particular, a situação na fronteira polaco-bielorrussa.
No encontro, Gabro destacou a importância da cooperação com os 27 e lamentou que o conflito entre a UE e a Bielorrússia esteja a afetar cidadãos iraquianos, "que estão a ser submetidos aos mais severos e duros tipos de tratamento, longe dos padrões humanitários internacionais".
Hoje, as forças de segurança polacas usaram gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra um grupo de migrantes concentrados na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, segundo imagens divulgadas pela televisão bielorrussa e pela agência estatal Belta.
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