Atenas. Milhares de pessoas celebraram levantamento universitário de 1973
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em Atenas, sob forte vigilância policial, para celebrar o 48ª aniversário do protesto estudantil em 1973 que provocou dezenas de mortos e assinalou o princípio do fim da ditadura dos coronéis na Grécia.
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Mundo Grécia
Durante todo o dia, políticos e cidadãos deslocaram-se à Universidade Politécnica Nacional, palco do protesto de 1973, para prestar homenagem às vítimas da repressão ditatorial e depositar os tradicionais cravos vermelhos no monumento que recorda um dos capítulos mais sombrios da ditadura militar grega (1967-1974).
A meio da manhã, um grupo anti-sistema tentou impedir que uma delegação do Syriza, o partido de esquerda que lidera a oposição, depositasse uma coroa de flores, provocando ferimentos ligeiros no ex-deputado do Syriza Nikos Manios, um dos participantes no levantamento da Politécnica em 1973, indicou a agência noticiosa Efe.
Um dos momentos mais emblemáticos ocorreu quando as juventudes socialistas colocaram frente à universidade, no local onde um tanque derrubou o gradeamento e invadiu o recinto, uma grande bandeira grega com sangue em sinal de protesto pelo apoio dos Estados Unidos à ditadura dos coronéis.
A bandeira foi transportada durante a tarde numa marcha encabeçada por estudantes e que seguiu em direção à embaixada dos Estados Unidos, sob o lema "48 anos depois permanece viva a memória coletiva".
O Governo mobilizou cerca de 6.000 polícias na capital, para assegurar a proteção de edifícios governamentais e efetuar controlos preventivos, em particular na zona de Exarchia, bairro onde se situa a Politécnica e palco de confrontos regulares entre grupos anti-sistema e a polícia.
O tráfego foi cortado nas ruas próximas da universidade e encerradas algumas estações de metro situadas no percurso da marcha até à embaixada dos EUA.
Entre 14 e 17 de novembro de 1973 registou-se uma rebelião estudantil na Universidade Politécnica de Atenas, incluindo com a transmissão de notícias via rádio à população, esmagada pela irrupção de tanques e forças policiais no recinto. No entanto, esta ação assinalou o início do fim da "Ditadura dos Coronéis", que caiu em julho de 1974 após sete anos no poder.
Na lista de mortos na Politécnica de Atenas, elaborada após o fim da ditadura, incluem-se os nomes de 55 pessoas, apesar de o balanço oficial indicar 24 vítimas mortais.
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