Espanha pede à UE para iniciar processo de sanções à Nicarágua
O chefe da diplomacia de Espanha, José Manuel Albares, defendeu hoje junto dos seus homólogos da UE a imposição de novas sanções aos responsáveis das últimas eleições presidenciais na Nicarágua, que Bruxelas considerou uma fraude devido à ausência da oposição.
© Getty
Mundo Eleições
"Manifestámos a nossa preocupação pela situação após as eleições de 07 de novembro. A declaração da UE que aponta a falta de legitimidade dos resultados foi uma primeira e necessária resposta e têm de se seguir outras", assinalou Albares em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, onde assegurou que a Espanha colocou a questão da situação na Nicarágua.
Alabares solicitou em concreto "o início do procedimento para aplicar novas sanções individuais e que se exija por parte da UE a libertação dos presos políticos, exclusivamente para que não pudessem apresentar-se ao que se designou por eleições".
Por sua vez, o Alto Representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, afirmou após o Conselho que "condenamos estas falsas eleições na Nicarágua".
"São uma caricatura, é o que podemos chamar à típica e atual ditadura caribenha", frisou.
Reunidos em outubro, os ministros pediram a Borrell para desencadear um conjunto de medidas contra a Nicarágua, que poderiam incluir sanções, após as eleições de 07 de novembro.
O Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, 76b anos, impôs-se num escrutínio assinalado pela ausência da oposição, na sequência da detenção nos últimos meses de sete potenciais candidatos à presidência, que surgiam como os seus principais opositores, e da dissolução de três partidos políticos.
Os Estados Unidos também anunciaram hoje sanções financeiras à procuradoria federal da Nicarágua e a nove altos responsáveis do país, "em resposta ao simulacro de eleições orquestrado pelo Presidente Daniel Ortega e pela vice-presidente Rosario Murillo", a sua mulher.
As medidas punitivas norte-americanas têm assim como alvo o ministério público nicaraguense, acusado pelo Tesouro norte-americano, num comunicado, de ter "injustamente detido e aberto inquéritos contra candidatos à Presidência, o que os impediu de concorrer e, portanto, minou a democracia".
As sanções visam também membros do Governo, entre os quais o vice-ministro das Finanças, José Adrián Chavarria Montenegro, e o ministro da Energia e das Minas, Salvador Mansell Castrillo, bem como os presidentes das câmaras de Matagalpa, Jinotega e Esteli, acusados pelo Tesouro de envolvimento na repressão violenta de manifestações pacíficas em 2018.
Leia Também: EUA impõem sanções a altos responsáveis da Nicarágua após "simulacro"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com