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Madrid rejeita resultado de eleições na Nicarágua que diz ser "farsa"

O Governo espanhol qualificou hoje de "farsa" a reeleição de Daniel Ortega como Presidente da Nicarágua com 74,99% dos votos, afirmando que o processo eleitoral realizado no domingo não foi sujeito a "qualquer verificação".

Madrid rejeita resultado de eleições na Nicarágua que diz ser "farsa"
Notícias ao Minuto

13:59 - 08/11/21 por Lusa

Mundo Nicarágua

A reeleição de Ortega é "uma farsa, uma farsa (imposta) ao povo da Nicarágua, à comunidade internacional e, sobretudo, à democracia", disse o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, durante uma conferência de imprensa em Madrid.

Espanha é a antiga potência colonial da Nicarágua que alcançou a sua independência em 1821 e tem ainda laços culturais muito estreitos, entre os quais a língua.

"Não houve eleições justas, livres ou concorridas", salientou Albares, que recordou que "os adversários que queriam concorrer [às eleições] estão atualmente na prisão".

O ministro espanhol reiterou as exigências para a libertação dos opositores políticos de Ortega, como o tem feito desde agosto, quando Madrid retirou o seu embaixador em Manágua, capital da Nicarágua, como sinal de protesto.

O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi reeleito para um quinto mandato (quarto consecutivo) de cinco anos, com 74,99% dos votos nas eleições de domingo, segundo os primeiros resultados parciais oficiais hoje divulgados.

Os resultados parciais são baseados na contagem de votos em 49% das mesas, de acordo com o tribunal eleitoral, que adianta ter-se registado uma participação de 65,34%.

Um observatório próximo da oposição, o Urnas Abertas, avançou, no entanto, que a abstenção chegou aos 81,5%, com base em dados de 1.450 observadores não autorizados presentes em 563 assembleias de voto, durante esta eleição presidencial qualificada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, como "uma comédia".

Com sete aspirantes a candidatos presidenciais detidos, por acusações de "traição", Ortega, no poder desde 2007, tinha praticamente certa a sua reeleição, juntamente com a sua mulher, Rosário Murilo, atual vice-presidente do país.

Tanto a oposição nicaraguense, como a Organização dos Estados Americanos e a União Europeia já tinham expressado dúvidas sobre a legitimidade das eleições no país centro-americano e grande parte da comunidade internacional avisou que consideraria esta eleição como uma fraude.

Além do cargo de Presidente, 4,4 milhões de nicaraguenses foram chamados no domingo às urnas para eleger um vice-presidente, 90 deputados da Assembleia Nacional e 20 do Parlamento Centro-Americano.

Leia Também: Eleições na Nicarágua foram último passo para "regime autocrático"

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