Guterres exorta líder militar a restaurar governo de transição no Sudão
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, falou hoje ao telefone com o líder militar do Sudão, general Al-Burhan, a quem exortou a restaurar o governo civil de transição, pouco mais de uma semana após o golpe de Estado.
© Getty Images
Mundo Sudão
Segundo um comunicado divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres manifestou o seu apoio a "todos os esforços que visem a resolução da crise política no Sudão, à restauração urgente da ordem constitucional e do processo transição sudanês".
Durante a conversa, o secretário-geral da ONU apelou à libertação dos dirigentes políticos detidos na sequência da tomada do poder pelos militares, em 25 de outubro, designadamente do primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, que se encontra em prisão domiciliária.
Pouco minutos depois da divulgação do comunicado das Nações Unidas, a televisão estatal sudanesa anunciou que Al-Burhan tinha ordenado a libertação de quatro ministros que estavam detidos desde o golpe.
De acordo com a emissora, os ministros libertados são os da Cultura e Informação, da Comunicação e Digitalização, do Comércio e o da Juventude e Desporto.
Permanecem detidos os ministros dos Assuntos Presidenciais, da Indústria, o assessor de meios do ex-primeiro-ministro Abdalah Hamdok, e um membro do Conselho Soberano, que antes do golpe era o órgão máximo de poder no processo de transição no Sudão.
Continuam também detidos outros dirigentes das Forças da Liberdade e da Mudança, uma aliança integrada por vários partidos políticos, associações e grupos civis que faziam parte do anterior executivo, criada depois de ter concertado com os miliares um processo de transição até à realização de eleições democráticas.
Na quarta-feira, Taher Abu Haia, assessor de Abdel-Fattah al-Burhan, anunciou, em entrevista à agência noticiosa espanhola Efe, que o general deveria libertar "nos próximos dias" ministros do anterior governo e os políticos detidos após o golpe de Estado.
O assessor de comunicação do novo homem-forte do Sudão salientou, contudo, que continuariam detidos todos aqueles "contra os quais se confirmem acusações criminais", designadamente os que são acusados de corrupção pelos militares.
Al-Burhan dissolveu em 25 de outubro os órgãos do governo de transição democrática, criados depois do derrube do ditador Omar al-Bashir em abril de 2019, e declarou o estado de emergência em todo o país.
Leia Também: Líder militar do Sudão ordenou libertação de quatro ministros
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com