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Duplo homicida conta em tribunal como se 'transformou'… num gato

Gilad Pereg era um aluno exemplar e até tirou uma licenciatura em engenharia. Depois, a sua cabeça “explodiu”.

Notícias ao Minuto

12:50 - 03/11/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Homicídio

Mia, usa as mãos como se fossem patas, mostra os dentes quando alguém se aproxima, tal e qual um felino. Parece brincadeira, mas não é. É a atitude de um suspeito de duplo homicídio durante o seu julgamento, na Argentina.

A primeira sessão, que se realizou a semana passada, teve mesmo de ser suspensa devido aos miados constantes de Gilad Pereg, que é acusado de matar a mãe e a tia, em 2019, durante uma visita destas a Mendoza.

Já esta segunda-feira, o israelita, conhecido como ‘homem gato’, contou em tribunal como alegadamente se transformou num felino.

De acordo com Gilad, os principais responsáveis sãos os “humanos”. “Depois de todo o mal que vocês, criaturas de duas pernas fazem, decidi ser um gato. Vivo 100% como um gato. Como comida de gatos, brinco com gatos, sempre miei. Tenho 37 gatos e estou muito preocupado com eles”, começou por dizer o arguido.

“Um único pelo de um dos meus filhos [gatos] vale mais do que todas as criaturas de duas pernas do mundo. Estou muito preocupado com eles, com o que lhes possa ter acontecido”, desabafou Gilad, descrevendo-se como um gato “líder”, “grande, de cerca de 50 quilos”.

Para o acusado de homicídio, existem apenas duas exceções ao “lixo que são todos os humanos, que só sabem fazer mal” e que são “o diabo”: a mãe e o avô.

Sobre o seu dia a dia, antes de ser detido, o israelita revelou que, em casa “vivia como um gato o tempo todo”. Quando saía, agia como uma pessoa, colocava “uma máscara”. “Foi muito difícil para mim, não aguentava muito tempo. Uma hora depois tinha de voltar a casa para ser gato”, descreveu.

Estratégia da Defesa

Segundo vários meios de comunicação social argentinos, o testemunho do próprio Gilad Pereg faz parte da estratégia da Defesa. O objetivo é provar que o ‘homem gato’ sofre de um distúrbio mental e transferi-lo para um hospital neuro-psiquiátrico de Israel.

“Como advogados de Defesa, não podemos pedir liberdade porque, tal como explicaram os especialistas, Gilad é perigoso tanto para terceiros como para ele próprio, contudo, ele deve receber tratamento adequado, num estabelecimento orientado para doenças psiquiátricas”, afirmou Télan Lautaro Brachetta, um dos advogados do arguido ao Le Clarín.

De aluno exemplar a ‘homem gato’

Neste momento, Gilad está detido na unidade prisional de um hospital psiquiátrico. A psiquiatra que o acompanha apresentou ao juiz uma cronologia da vida do doente.

“Aos 7 ou 8 anos, Gilad era uma criança solitária, que brincava sempre sozinha e dedicava-se a 100% aos estudos. Aos 12 anos apenas lia. Lia e repetia os livros por duvidar que os tivesse lido corretamente. Já no ensino secundário, saltou um ano e conseguiu a melhor média da escola. Na universidade, formou-se em engenharia e tirou mesmo um doutoramento. Mais tarde, aos 23 anos, alistou-se no exército e foi aí que a sua cabeça ‘explodiu’. Não tolerava a morte, nem a maldade. Nessa altura, foi trancado durante oito meses. Durante o cativeiro, apareceu um gato e começou todo o processo de ‘homem gato’”, descreveu a profissional aos juízes.

Entretanto, segundo a mesma psiquiatra, Gilad garante que teve relações sexuais com a mãe umas cinco vezes e que foi traído por esta quando ela o levou para um hospital psiquiátrico.

Até ao momento, Israel não forneceu à Argentina documentos que comprovem esse internamento. Contudo, para a profissional, não há dúvidas de que Gilad sofre de um “transtorno delirante crónico”, isto é, uma psicose.

O julgamento pode chegar ao fim esta quarta-feira, dia em que se espera uma sentença. Um dos cenários mais prováveis é que Gilad seja condenado a prisão perpétua pelo duplo homicídio ou, caso seja demonstrada a sua insanidade, internado num hospital psiquiátrico.

Recorde-se que os corpos de Saroussy e Lily Pereg foram encontrados a 26 de janeiro de 2019, enterrados num terreno quase abandonado que pertencia ao réu. Mais tarde, o mesmo foi detido e acusado dos homicídios da mãe e tia que tinham ido visitá-lo à Argentina.

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