Michelle Wu, conselheira municipal de Boston, nos Estados Unidos, tornou-se, esta terça-feira, a primeira mulher a ser eleita para o cargo de ‘mayor’ em 200 anos, ficando à frente da conselheira Annissa Essaibi George, também ela mulher de cor.

Democrata progressista, Michelle Wu focou a sua campanha em políticas liberais, incluindo propostas para reformar o policiamento, o controlo do mercado de arrendamento, e um novo ‘Green New Deal’ para a cidade de Boston. A sua eleição representa um ponto de viragem na região, que, durante 200 anos, elegeu apenas homens brancos para o cargo – e tem enfrentado problemas raciais ao longo da história.

No seu discurso de vitória, a recém-eleita relatou que um dos seus filhos lhe tinha perguntado se “os rapazes podiam ser eleitos ‘mayor’ de Boston”. “Eles têm sido eleitos, e serão novamente, mas não hoje”, respondeu, acrescentando que “Boston elegeu a vossa mãe porque em cada esquina da nossa cidade, Boston falou”.

Filha de imigrantes tailandeses, Wu tomará posse a 16 de novembro, subsistindo, assim, Kim Janey, presidente interina da cidade. Janey foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo, na sequência da saída de Marty Walsh para o governo de Joe Biden, enquanto secretário do Trabalho.

“Estamos prontos para este momento. Estamos prontos para ser uma Boston de todos. Estamos prontos para ser uma Boston que não exclui ninguém, mas recebe todos aqueles que nos chamam casa. Estamos prontos para ser uma Boston onde todos se conseguem sustentar e prosperar. E, sim, Boston está pronta para se tornar uma cidade do ‘Green New Deal’”, assegurou.

Michelle Wu já tinha feito história em 2016, quando se tornou a primeira mulher de origem asiática a presidir o Conselho Municipal, tendo recebido o apoio dos progressistas da cidade e da senadora Elizabeth Warren.

Em declarações à NBC Asian America, no verão de 2021, a nova ‘mayor’ tinha dito que pretendia representar todas as comunidades de Boston, especialmente aqueles que são “invisíveis” e alvos de ataques racistas.

“Tantos de nós sabemos o que é ser invisível e destacarmo-nos ao mesmo tempo, mas não sermos vistos pela pessoa que somos, e julgados e discriminados simplesmente pela nossa aparência”, reiterou.

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