Argélia vai rever "cláusula por cláusula" acordo de associação com UE
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, anunciou hoje a revisão, "cláusula por cláusula", das disposições do acordo de associação assinado com a União Europeia, segundo um comunicado da presidência argelina.
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Mundo Argélia
O comunicado, divulgado de madrugada, depois do fim do Conselho de Ministros, adianta que o chefe de Estado deu ordem para rever estas disposições, com base numa visão soberana e numa abordagem de benefício, fazendo prevalecer o produto nacional e criar tecido industrial e empregos.
Assinado em 2002 e em vigor desde 2005, o acordo de associação com a União Europeia -- que previa abrir os respetivos mercados dentro de uma zona de livre comércio -- foi sempre muito criticado por especialistas e economistas argelinos, que o consideravam "muito desvantajoso" para a Argélia.
Além da criação de uma zona de livre comércio, o acordo de associação era também um pacto político sobre o combate ao terrorismo, controlo da imigração e respeito pelos direitos humanos.
O acordo previa um período de transição de doze anos, até 2017, de modo que a Argélia eliminasse gradualmente as tarifas sobre os produtos industriais e introduzisse uma liberalização seletiva dos seus produtos agrícolas.
Este período alargou-se posteriormente por mais três anos, até 01 de setembro de 2020, para alguns produtos como o aço, têxteis, eletrónica ou automóveis.
A Argélia está mergulhada numa severa crise política desde 2014, altura em que os preços do petróleo caíram a pique, sendo que este produto e o gás representam 90% das exportações de um país que tem por base uma economia sustentada em apoios estatais, sem tecido industrial e com uma agricultura precária, em que o Estado é o primeiro empregador, e onde domina a economia informal.
A isto soma-se uma grave crise política e social que rebentou em 2019 com milhares de pessoas na rua a pedirem o fim da corrupção e a mudança de um regime militar para um civil.
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