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Sudão. Pelo menos sete manifestantes foram mortos na segunda-feira

Sete manifestantes foram mortos na passada segunda-feira, dia do golpe de Estado no Sudão, anunciou hoje o chefe dos serviços de medicina legal em Cabul, Hicham Faqiri, acrescentando que mais corpos chegaram desde então, mas sem quantificar.

Sudão. Pelo menos sete manifestantes foram mortos na segunda-feira
Notícias ao Minuto

10:46 - 28/10/21 por Lusa

Mundo Sudão

"Sete corpos de manifestantes foram admitidos na morgue na segunda-feira, bem como o corpo de um paramilitar das Forças de Apoio Rápido", a poderosa força de segurança, acusada de estar envolvida na repressão da revolta popular que derrubou o ditador Omar al-Bashir em abril de 2019, afirmou Faqiri, em declarações à agência France-Presse.

O médico acrescentou que "vários outros corpos de pessoas vítimas de violência, com vestígios de ferimentos por força bruta, foram levados nos dias seguintes para a morgue", mas não estava em condições de fornecer números exatos.

Nos últimos dias, várias manifestações foram reprimidas com gás lacrimogéneo e balas de borracha, de acordo com jornalistas da AFP em Cartum.

Desde que o homem forte do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, anunciou na segunda-feira a demissão do Governo e dissolução das instituições executivas do país, e instituiu o estado de emergência, os manifestantes têm invadido diariamente as ruas das principais cidades do país e o futuro do Sudão é cada vez mais incerto.

Burhan expulsou já, pelo menos, seis embaixadores, incluindo os enviados dos Estados Unidos, da União Europeia e o representante diplomático de França, que condenaram a tomada do poder pelos militares do país, disse fonte militar à Associated Press.

Os diplomatas em causa haviam ainda manifestado o apoio ao Governo deposto do primeiro-ministro Abddalla Hamdok.

Os embaixadores sudaneses no Qatar, na China e na missão das Nações Unidas em Genebra foram igualmente despedidos por Abdel-Fattah al-Burhan no final do dia de quarta-feira, de acordo com a mesma fonte, que falou sob condição de anonimato, sendo que a televisão estatal do Sudão também dado conta destes despedimentos.

Os diplomatas foram despedidos dois dias após al-Burhan ter dissolvido o Governo de transição e detido o primeiro-ministro, assim como outros ministros e muitos funcionários do Governo e líderes políticos, num golpe condenado pelos Estados Unidos e pelo ocidente.

Entretanto, os militares permitiram que Hamdok regressasse a casa na terça-feira, após pressões internacionais para a sua libertação, mas várias pessoas continuam detidas.

Burhan justificou o golpe militar, esclarecendo que as forças militares foram "obrigadas" a assumir o poder devido a disputas entre partidos políticos que, segundo o general, poderiam conduzir a uma guerra civil.

O golpe acontece, porém, apenas semanas antes de Burhan ter de entregar a liderança do Conselho Soberano - o mais alto organismo de poder no processo de transição, constituído por civis e militares, também dissolvido na segunda-feira - a um civil, um passo que reduziria o domínio dos militares na condução dos destinos do país.

O golpe militar ameaça travar a transição do Sudão para a democracia, que começou após a expulsão do ditador Omar al-Bashir, e do seu Governo islâmico em 2019, na sequência de uma revolta popular que começou por protestos devido ao aumento dos preços do pão.

Omar al-Bashir encontra-se detido desde então e a sua extradição para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional tem sido sucessivamente adiada.

Leia Também: Sudão: PCP condena o golpe militar e solidariza-se com o povo sudanês

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